Point Ville - The Game

-Tem sim mas vamos entrando... primeiro vamos tratar de você... Depois você vê isso.

Falo num tom calmo arrastando as duas pra dentro de casa levemente quando chego lá grito:

-Mãe... Você pode vir aqui...

Assim como Kenji, Shaiya sorriu. Sorria de forma mais aberta, pois notou que o que ouvia de fato não era verdade. Kenji só devia ser tão solitário quanto ela. Tvz se tornassem amigos, ou não, nunca se sabe. Porém vozes do lado de fora chamaram sua atenção. E o que ela ouviu a deixou pálida. Se o professor visse os dois sozinhos e trancados ali dentro, seria um transtorno dos diabos pra ambos. Ela olhou para os lados e para Kenji com desespero no olhar.

Narrativa Josh Evans // * Área Rural: Casa dos Evans *



Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Diante daquela situação inusitada, Kenji não pensa duas vezes e rapidamente olhando a armário aberto, segura a mão dela firme, dizendo de forma sussurrante:



- Me perdoe por isso, mas é o jeito. - e então eles se trancam ali fechando o armário e neste instante pelas frestas, eles podiam ver a porta abrindo e o curioso professor murmurando, dizendo:

- Hmmm, não tem ninguém... Mas eu podia jurar que tinha gente aqui... Hm?? E de quem são esses óculos?

Nesta, com a proximidade do corpo dele, Shaiya sentiu o corpo dele dar um sobressalto, como se aqueles óculos fossem importantes para ele. E nisso, fez um discreto barulho e aquele professor começou a olhar desconfiado para a direção do armário, estranhando "discreto" barulho.

- Mas o que está acontecendo aqui... Esses alunos... Usam até esse canto para namorarem, pelo visto... - murmurou ele, desconfiado ainda.

Até que finalmente, ele pegou o óculos e resolveu ir embora, fechando a porta.

Rapidamente vou pra cozinha esse cheiro de queimado me deixou assustado, minha mãe não era do tipo que deixava as coisas queimarem...

"Será que ela esqueceu algo no forno..."

-Mãe, cadê você!

Shaiya não esperava a ação de Kenji de trancar os dois no armário. E se sentiu muito desconfortável com a proximidade dos corpos de ambos. Pareciam colados. Ela via pelas frestas o professor entrar e vascular a sala, o problema foram os óculos. Kenji emitiu um ruído qd se deu conta de que os perdeu ao ponto que Shaiya, temendo que ele emitisse outro ruído, ergueu uma das mãos com dificuldade e pousou dois dedos de forma delicada nos lábios de Kenji.

Seus olhos assustados o fitaram com um pouco de receio, mas imploravam por silêncio. Ela ate mesmo tinha prendido a respiração qd voltou a observar pela fresta. Foram segundos que pareciam horas, mas o professor finalmente saiu da sala. Qd Shaiya viu pela fresta que a barra estava limpa, ela suspirou voltando a respirar. Fez uma expressão de alívio nítido e voltou seus olhos para Kenji.

Neste momento ela se deu conta da posição nada ortodoxa que se encontravam. Seu rosto de pele clara ficou vermelho como um pimentão e ela removeu os dedos dos lábios dele rapidamente. Virou o rosto completamente sem graça e sussurrou:

- Melhor a gente sair logo daqui... Acho que a barra já está limpa... E... Sinto mto pelos óculos...

Honoka me levou para o banheiro. Falou para eu ir tomando um banho, enquanto buscava roupas. Me molhei devagar, sentindo os ferimentos queimando. Enquanto tentava limpar direito os ferimentos, apareceu um animal negro.

Ele passou na frente da porta do banheiro meio aberta. Ele parou e me encarou. Parecia que o conhecia de algum lugar. O animal se esgueirou para dentro do banheiro. Olhou para mim.

- Mãe, cadê você! - a voz do irmão de Honoka ecoou pela casa. O animal soltou um chiado e saiu correndo do banheiro.

Narrativa Josh Evans & Fuyuka Akamine // * Área Rural: Casa dos Evans *



Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Shaiya observou a situação e viu que tal qual ela, Kenji também estava embaraçado. Ele pediu que ela tentasse abrir, mas ao tentar forçar o braço em direção a alavanca, Shaiya percebeu que não conseguiria. Estava muito apertado e por mais que ela se mechesse sempre acabava esfregando o corpo no corpo de Kenji. Era uma situação bem embaraçosa. Sua voz soou mais baixa e tímida.

- Não consigo... Meu braço está espremido... E não tem espaço pra que eu gire direito... Ai ai ai... Ficamos presos aqui... >.<

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

- Não, obrigada por tudo Honoka... chan. - fiquei quieta por um momento. Eu sabia apenas de uma coisa naquele momento. Algo estava errado naquela cidade. Saí logo do banheiro, fiz uns curativos rápidos e troquei de roupa.

Precisava de papel e lápis, para colocar para fora os meus pensamentos.

Apago o fogo rapidamente, antes que toda a comida queime, e estranho aquilo, minha mãe, não era o tipo de mulher que deixava a comida queimar.

-MÃE!!!!!!!! ARRUMEI UMA BRIGA NA ESTRADA!!

Grito a pleno pulmão, e começo a contar os segundos esperando a reação da minha mãe, se ela não respondesse, é porque tinha alguma coisa muito errada...

Narrativa Josh Evans & Fuyuka Akamine // * Área Rural: Casa dos Evans *

Estranho aquilo, definitivamente aquilo não era normal... Já era pros meus pais estarem aqui... Ainda estranhando a situação vou subindo as escadas pra encontrar a Honoka e a Akamine, quando as encontro falo:

-Engraçado... Minha mãe e meu pai não estão em casa... Honoka, sabe de alguma coisa?

Shaiya sentiu ter palpitações muito fortes enquanto Kenji passava a mão pela sua cintura para alcançar a alavanca. Seu rosto ficou quente de tão vermelho que ficou e ela prendeu a respiração. Ate mesmo fechou os olhos muito forte para não ver a expressão do rosto dele. Foi enquanto fazia isso que ela ouviu passos do lado de fora passando por perto. Seus olhos se reabriram com urgência e ela sussurrou:

- Tem um grupo inteiro vindo...

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Apesar da situação desconfortável e delicada em que se encontrava, Shaiya permaneceu calada desta vez. Seus olhos foram para a fresta observar quem entrava e viu o grupo. Achou estranho todos eles ali reunidos e mais estranha ainda a indagação de Kenji. Ela ergueu o olhar para ler o rosto dele quanto a isso ate que notou que o sobressalto que ele teve ao Ver Erika iria denunciá-los. Vendo que não tinha jeito e nem escapatória, Shaiya apenas fechou os olhos e respirou bem fundo. Pelo visto iria passar a maior vergonha de sua vida em poucos minutos.

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Shaiya sentiu-se aliviada por não abrirem o armário afinal de contas. Porém ficou alarmada com a demora que estava tendo a conversa. Sentia o suor escorrer e as roupas ficarem muito grudentas. A proximidade com o corpo de Kenji sem ter muito contato era difícil e exigia muito de suas costas. Logo ela não ia aguentar mais e já fazia caretas de quem sofria com isso. Mais um pouco e com certeza ela iria se mecher de modo brusco e denunciaria a ambos ali dentro.

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Shaiya ouvia a conversa como se fosse algo distante. A dor e desconforto de não ter apoio lhe matava as costas e isso estava ficando visível. Ela ouviu bem que o líder do grêmio estudantil parecia saber mais coisas do que os outros e entendeu o pq de Kenji procurá-lo. Contudo suas costas.

Ela o ouviu murmurar algo e as palavras de que ela poderia se apoiar nele foram como um alívio. Completamente sem graça e mais rubra e suante do que antes, Shaiya murmurou timida:

- M-me desculpe então... mas não aguento... doi muito...

As pequenas mãos dela se ergueram ate o corpo de Kenji e seu corpo se encostou por completo no dele. Por ser mais baixa, a cabeça de Shaiya ficou recostada praticamente no peito dele e ela afundou o rosto ali. Respirava devagar, mas seu coração palpitava de um jeito meio frenético. Ela sequer teve coragem de olhar para o rosto dele preferindo o esconder como podia. Qd é que aquela situação embaraçosa iria parar!?

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Shaiya ouvia a conversa mais aliviada das dores. Só achava estranho sentir tanta tensão e calor vindos de Kenji. Ela estava curiosa por ver sua expressão, mas sua timidez pela forma como estavam a fez se manter do jeito que estava.

Finalmente a conversa teve fim com o grupo saindo da sala. Kenji anunciou que abriria a porta e sua mão deslizou pela cintura de Shaiya novamente. Novas palpitações e a jovem teve de prender a respiração, só que desta vez a porta se abriu. Ela saiu e se afastou de Kenji tão rubra e suada quanto nunca esteve. O olhar baixo, tímido e completamente sem graça. Ela olhava para os lados sem a mínima vontade de encará-lo enquanto sua voz soava mais baixa que o normal:

- Bom... Pelo que ouvimos é mesmo prudente ir pra esse clube... Leon parece saber o que faz... E... acho que vou lá mostrar a carta afinal...

Ela quando terminou de falar ergueu o olhar com um pouco da coragem que lhe restou para ler a expressão do rosto de Kenji.

Narrativa Shaiya Nakamura // * Colégio Principal: Biblioteca *

Shaiya alternava olhares. Ora olhava as expressões conturbadas de Kenji. Ora olhava o chão. Ora olhava o grosso livro que apertava contra o peito e nunca se separava. Ela coçou a tempora e comentou baixinho.

- T-tudo bem... A-apenas vamos esquecer o que se passou... É melhor seguirmos eles... Só que... E-eu...

Shaiya praticamente se encolheu e comentou mais baixo ainda.

- Não me sinto pronta para falar com eles... Queria que vc viesse comigo... Assim falaria por mim...

Seria difícil para Kenji entender, mas depois de tanto tempo sem falar com ninguém, Shaiya não se sentia a vontade de falar com quem ela pouco conhecia. Falou com Kenji por necessidade e agora sentia que poderia falar sempre com ele tranquilamente.

Honoka me levou para a cozinha. Me sentei em uma cadeira. Olhei para todos os cantos sem me focar em nada. Honoka me deu algo de comer e um caderno, acompanhado de um lápis.

Ignorei a comida e me concentrei no papel. Havia tanta coisa que eu queria colocar ali, mas nada me vinha diretamente. Era como se eu estivesse em um quarto pequeno, com vários pássaros, eu tinha que esperar um pousar em meu braço, para saber qual era meu amigo.

Era assim com as idéias e imagens. Veio uma para mim em especial, um grande portão de uma escola. Me pus a desenhar. Quando finalizei o desenho, observei os traços fortes que dei com o lápis. Pensei comigo.

Eu já estive ali. Me pego imaginando crianças correndo. Eu sentada, observando elas. Uma delas sorri para mim e me chama para brincar, quem era aquela criança? Seria ela a que traria a chave para a amnésia que eu tinha, a que sabia o que havia acontecido comigo na infância?

-Engraçado... Minha mãe e meu pai não estão em casa... Honoka, sabe de alguma coisa? - o irmão de Honoka chegou na cozinha. Voltei de imediato para o presente.