Point Ville - The Game

Josh só ouve isso como resposta, lá da cozinha:

- Ah, garoto, tenho mais o que fazer! Seu pai está ralando para fazer as entregas que eu estou preparando! E a propósito, vê se toma cuidado com a bicicleta, quando for para escola com sua irmã! Não quero que saber de nenhum arranhão nela, senão vou mandar seu pai lhe dar um castigo! Honoko, fica de olho neste garoto hoje, viu...

A sua irmã, Honoko, se aproxima dele, fazendo uma careta de surpresa, murmurando:



- Ihhh... Nii-san, mamãe tá uma fera hoje... (Deixa eu eu cuido disso)... - e então ela começa a fazer um curativo rápido e então comenta - Parece que as coisas não estão muito legais, pois papai está fazendo encomendas feito um doido, por que ontem não entrou muito dinheiro no fim do mês... Então vê se não se mete em encrenca, mano... (Pronto! Já terminei, hihihihi, tá bonitinho, tomara que não pensem que é alguma namoradinha sua, nii-san)! Vamos! Hoje você vai me levar na garupa da bicicleta!

Ela dá um risinho, dando língua pra ele e já segue para fora para irem juntos.

Ao ler a mensagem, Shaiya percebe que surpreendentemente foi Kenji que a mandou, pela assinatura. Mas, olhando para ele, não parecia típico ele fazer isso, pois geralmente ele era tão fechado e recluso quanto ela, mesmo que estivesse com sua gangue no pátio ou em qualquer lugar da cidade.

Entrentanto, o que chama mais atenção, é a pergunta, de maneira bem formal:



"Desculpe-me. Como você não gosta muito de falar, eu resolvi me expressar por este bilhete. Você se importaria se me disser quem foi lhe deu esse envelope? Eu recebi um parecido hoje, e nela tinha uma mensagem, junto do remente, em letras douradas, e estou intrigado com isso"...

O pai simplesmente dobra o jornal e então impaciente, enquanto a Sayuri estava surpresa com aquilo tudo, apenas pede bem sério:

- De qualquer forma, me escuta enquanto come isso. Sayuri. Vai haver mudanças drásticas nesta casa. Todas aquelas mordomias que você tinha, pode ir esquecendo a partir de hoje... Não terá mais coisas novas, presentes, mimos, nada disso. Tive uma prejuízo terrível e tive de declarar falência da empresa que tinha aqui... Então algumas coisas aqui em casa, pelo que notou serão leiloadas e eu dispensei os empregados... Então... - ele coça a cabeça sem graça - É melhor se acostumar, pois... Você não irá mais ter condução para a escola... Sinto muito.

E então ele se ergue da cadeira, pedindo, enquanto lava o prato - algo que normalmente as empregadas faziam:

- Então... Eu vou ver o que posso fazer, mas até lá, procure não gastar muito o seu dinheiro que já lhe dei... As coisas irão piorar... E sua finada mãe não ficaria nada orgulhosa de mim... Se eu não tomar uma providência...

O pai começa a passar a mão no rosto, surpreso e nisso, Sayuri nota que algumas coisas, como os videogames de ultima geração e livros começam a também ser levados por alguns homens da mudança.

Demorou-se algum tempo, discretamente, Kenji se levanta para sair da sala e coloca o mesmo bilhetinho em cima da cadeira dela, com a resposta abaixo do que havia escrito, caso abrisse:

Spoiler:

A ironia, é que Shaiya nunca vira Kenji por lá antes. Se ele era um frequentador, então ele deve ficar bem escondido...

Josh vê sua irmã esfregando o rosto na suas costas, murmurando:



- Rá, eu espero não vá virar um chupa-cabra, hihihihihi, iria ficar muito feinho e não vai conseguir uma namorada, hahaha... Mas não se preocupe... - ela faz uma voz manhosa e preguiçosa, fechando os olhos - E também não quero, por que adoro me deitar nas suas costas, enquanto andamos de bicicleta...

E então, distraído com a conversa, Josh se dá conta de que surge de forma repentina na estrada uma garota, que usava o uniforme diferente do colégio deles, mas que estava todo rasgado e com alguns cortes, além de bastante abatida e provavelmente ferida...

Sua mente enquanto se aproximava do claridade fora da floresta, tentava lembrar de algo. E ao olhar os pulsos, com marcas de cordas, lhe surge uma lembrança de que estava numa sala escura e que uma voz ecoava...

"...precisamos pegar os que estão sendo vigiados no Colégio Principal da cidade, porém temos de evitar esse tal de Leon, tenho certeza que ele já desconfia de algo"!

E distraída com essas lembranças, Akamine percebe que está no meio de uma estrada e um garoto numa bicicleta, conduzindo uma garota atrás no banco, vinha de encontro a ela de forma veloz e apressada.

Após alguns minutos procurando pela biblioteca, Shaiya chegou a conclusão de que realmente Kenji sabia se esconder ou não havia chegado, enquanto andava pelas prateleiras...

Mas quando pensava que ele tinha ido embora, ela ouve a voz dele às suas costas, sussurrando:



- Hum, desculpe por "me esconder". Uma estudante como você ao meu lado seria no mínimo inusitado e ruim por causa da minha má fama. - e então ao vê-lo ali, ele acena com cabeça, para direção de uma sala onde era o depósito de livros - Acho que ali será melhor para conversarmos. A representante da biblioteca não irá nos incomodar esta hora e temos meia hora antes de começar a aula. Vem?

E mesmo por trás daqueles óculos escuros, ele espera a reação dela com um ar calmo e sereno. Vendo de perto, Shaiya percebe que ele não parecia o "monstro violento" que todos descreviam.

Honoka corre para ajudar a garota na estrada, puxando Josh:



- Mano! Temos de ajudá-la! Vai ficar parado aí feito um bobão? (O que será que aconteceu com ela! Temos de levá-la ao hospital, nii-san)!

E Akamine olhando para trás vê os dois se aproximando para acudi-la. Novamente aquelas palavras daquele desconhecido que a confinava, ainda lhe causavam pânico, mas com o tempo, ela começa a se tranquilizar.

Acompanhando-o até aquela sala, Kenji mantem a luz do local desligada e então ele tranca a porta discretamente por trás dela, quando ela passa. E ao se virar para ela, ele começa a mexer no bolso da calça de seu uniforme como se procurasse algo e então, Shaiya vê uma carta semelhante àquela que tinha, da mesma cor, só que meio amassada.

Kenji, tira os óculos escuros, mostrando ter olhos claros esverdeados, então estende a carta a ela, dizendo:



- Para confirmar a confiança que depositou em mim, quero que olhe e veja também o conteúdo... Talvez você consiga analisar melhor algo, olhando as imagens... Pois queria sua opinião sobre isso...

Ao pegar a carta dele, Shaiya nota que a mensagem no verso da carta era diferente da dela, apesar de ser o mesmo remetente. Nela estava escrita: "Só os tolos usam máscaras frágeis"...

E o conteúdo tinha fotos mostrando Kenji cuidando de uma senhora, onde o leito parecia um hospital; depois fumando no andar térreo da escola; e mais algumas andando de moto, incluindo uma em que está deitado numa árvore, e apesar dos óculos escuros, está adormecido. Essa, o angulo é mais perto e Shaiya percebia que o local lembrava muito um de seus cantos favoritos para leitura.

Honoka para abraça-la de forma carinhosa, tentando acalma-la, dizendo:



- Sim, nós não faremos nenhum mal viu! Eu e nii-san só queremos cuidar de você, pode ficar tranquila. Qual é o seu nome? (Venha, vamos levá-la com segurança) ^^

Akamine então vê que a garota retribuia com um sorriso e ela se vira para seu irmão, pedindo para preparar a bicicleta, para levá-la ao hospital com segurança, já que ela tinha dificuldade para andar.

Ao ouvir a voz dela, Kenji coça o pescoço um tanto sem jeito ao ouvi-la. E então tentando volta ao tom sério, ele pigarreia e então comenta, concordando:



- É. De certa forma foi o que pensei... Mas... Eu estou pensando fazer algo inusitado em relação a isso... Sei que vai parecer meio banal, mas é bem mais discreto do que chamar algo "mais sério" como força policial... Então... Eu não sei você, mas eu estava pensando até em me juntar a eles para descobrir isso...

E então, ele novamente revisa o bolso e retira um folder amassado, anunciando que estavam formando uma espécie de clube para resolver alguns mistérios relacionados a escola, atendendo casos principalmente desaparecimento e investigação.

Era um clube presidido pelo presidente do Grêmio, Leon Shimuka.

Kenji, então dá de ombro, dizendo:



- Bem... É verdade mesmo... - ele fica pensativo e então completa - Se quiser podemos só ver como funciona o clube. Só estou curioso para ir lá, porque soube que Leon é bom em resolver alguns problemas e é uma pessoa discreta, o que é perfeito para nós.... E... Se quiser, eu posso resolver essa questão de falarem mal de você. Acho injusto as pessoas falarem mal de alguém, sem conhecê-la totalmente... As pessoas são muito cruéis quando querem. Sofri muito com isso antes... Por isso tive de aprender a tentar ser mais forte. - ele dá um suspiro, quando profere isso.