Base Lunar Olimpus

Quando ela fala aquilo fico com misto de emoções, primeiro pena, sabia que um trauma assim, não aparecia do nada, e que consequentemente o passado dela não era dos melhores, depois uma grande vontade de ajuda-la com seu medo, e terceiro uma vontade gigante de dormir com ela... não exatamente do jeito que ela planejava...

-Então é isso...

falo enquanto acaricio sua cabeça de forma a acalma-la, e falo:

-Não se preocupa fico aqui com você, se você quiser...

Nem precisava de um tricorner para saber que alguem estava com batimentos elevado. Não podia negar que aquilo era tentador, até demais. Apenas olha para os dois.

" Tem outras formas para tratar isso... "

Infelizmente não podia agir assim com ela estando tão frágil.

- Existe outros meios de contornar a situação...

Olho para Hunter com grande desaprovação, mas nada falo. Quando o Doutor fala eu somente confirmo com a cabeça.

Já ia agradecer Hunter pela ajuda qd o Drº fala de outros meios... Movida pela curiosidade tive de perguntar olhando o médico...

- Outros meios?! Como?! >.< Eu já tentei de tudo por toda a minha vida... E a única coisa que me fazia dormir era o Andrei deitado do meu lado... fiquei pesarosa e continuei... - Depois que as necrifas o mataram não tive uma noite de sono decente... O pouco que conseguia dormir só acontecia qd tinha alguém comigo... >.< Eu fico sufocada qd tento dormir só...

Coço o queixo me perguntanto por que fazia isso. Talvez deixa-se o Hunter brincar de ursinho.

- Não seria um solução para seu pânico de ficar sozinha... mas quanto ao problema de dormir, muitas pessoas passaram por problemas assim antes das necrifas atacarem ou depois dos ataques...

Fico parado lembrando imagens do passado e perdidos nelas. Minhas face demonstra a dor que passava internamente.

Após seguir o caminho que as duas mulheres mostravam, junto com o resto da equipe, Minoru entra no quarto onde ficaria hospedado e sem dizer nada, fecha a porta e encosta seu corpo nela.

"Isso está estranho demais... A UH não é mais a mesma. Sinto como se nós fossemos manipulados..."

Minoru ainda encostado na porta, dá uma olhada pelo quarto e observa uma cama. Dirige-se a cama e ao se aproximar dela, resolve sentar-se e abaixar a cabeça. Ainda estava perdido em seus pensamentos.

"Kamael e aquela garota...eu acho que consigo entende-los. É similar ao que eu passei com minha irmã, e essa garota provavelmente nunca mais o verá."

Minoru ergue um pouco a cabeça e passa a olhar para o nada enquanto ainda pensava.

"Kamael vai ser detonado... e nós também seremos. Posso estar completamente errado mas algo se aproxima e eu vou querer estar pronto quando esse algo chegar."

A feição de Minoru muda. Em muito tempo ele não esboçava um semblante tão sério assim. Quando ia pensar em como fugir dali, escuta um grito que parecia vir do quarto da menina.

"Será que eles a pegaram ?!"

Como se não bastasse um surto neurótico em Minoru, ao ouvir aqueles gritos sua neurose atingiu níveis um pouco mais altos. Rapidamente Minoru checa seu florete e suas 2 pistolas. Vendo que estava tudo ok, deixa seu quarto e quando estava prestes a adentrar o quarto da menina, encontra o capitão Samiel parado em frente a ele.

"O que diabos está acontecendo aqui..."

Ao se aproximar mai lentamente da porta do quarto da menina, Minoru observa Hunter e o médico dando assistência a ela.

-O que aconteceu ?

Minoru se dirige à todos na esperança de uma resposta.

-Abigail, que tal assim, nós dois saímos, você se seca, coloca uma roupa rapidamente e então quando acabar chama que um de nós volta. Não vamos te deixar sozinha, tudo bem?

Falo de modo carinhoso enquanto afago a cabeça dela e faço sinal para o doutor sair junto comigo, não achava que iria conseguir resistir aos encantos dela, com ela de toalha e toda molhada desse jeito. Ainda com mais com ela parecendo uma menina-mulher com esse jeitinho dela. E vou meio que arrastando o doutor para fora do quarto, quando vejo o Blood perguntando aquilo eu falo enquanto fecho a porta comigo e com o doutor fora do quarto já.

-Não houve nada de mais, ao que parece ela tem isolofobia.

Quando vejo a cara dele eu respondo:

-Ela tem medo de ficar sozinha.

Viro-me para o Dr. e digo calmamente, apesar das palavras serem ásperas, meu objetivo não era ofende-lo apenas queria saber o que ele tinha em mente.

-Não vou deixar ela sozinha ali, e nem pretendo me aproveitar dela nesse tipo de situação, posso ser muitas coisas, mas canalha não é uma dessas. Se você tem alguma sugestão, diga sem floreios.

Aquela aparição subita me tira dos meus pensamentos. E olho para a porta encontrando o outro intregante da equipe, achei estranho ele está ali.

- Não é nada muito grave...

Saio do quarto junto com eles e entro no meu quarto sem comentar nada. Retorno alguns instantes depois e paro na frente deles mostrando um pegueno aparelho na palma da minha mão.

- Esse aparelho vai garantir a ela um sono como provavelmente ela não experimenta a muito tempo. Ela deve sofrer com pesadelos mesmo estando com alguém no quarto devido a esse problema comportamental, ou seja, mesmo que alguém fica com ela, caso ela queira devia usar ele.

Spoiler:

Ao ouvir o que Hunter tinha a dizer sobre o ocorrido, Minoru faz uma expressão de desapontado e pensa consigo mesmo:

"Oh meu... francamente, era só o que me faltava..."

Permanece um tempo abalado. Esse tempo é suficiente para o medico entrar em seu quarto, pegar o aparelho e retornar para onde nós estavamos. Depois de ouvir as explicações do médico, Minoru se recompõe e volta a encarar os dois ali presentes. Em um tom sério de voz, com seu semblante fazendo juz à ele, Minoru diz aos dois, bem baixo para não correr riscos de ser ouvido:

-Precisamos conversar... Não sei se vocês perceberam ou se é loucura minha, mas tem algo muito errado acontecendo por aqui. A UH não é mais o que custumava ser...

Minoru faz silêncio esperando alguma reação dos dois.

Sinceramente fico meio desapontado ao ver o tal aparelho, no fundo eu realmente queria ficar dormindo com ela... Quando o Minoru diz aquilo eu seguro um pouco riso e falo:

-Você está enganado, ela nunca foi o que aparenta ser... Mas não se preocupe, o objetivo principal dela ainda é e sempre será derrotar as Necrifas, eles só estão apostando nos meios errados. Eles acreditam que os fins justificam os meios cada vez mais.

Então pego o aparelho da mão do doutor e falo de maneira a não mostrar meu desapontamento:

-Bom, então se ela quiser usaremos esse aparelho nela.

Me apoio na parede e fico esperando a Abigail chamar.

Fiquei apenas os observando comentar de meus demônios... Como podia ver no rosto descrente de alguns, eles não entendiam o que eu passava... Nessas horas meu irmão fazia falta... Ele me alentava sem me perguntar porquês ou me dar explicações... Se era pra me ajudar ele fazia...

Foi só depois que eles sairam e pediram que eu me vestisse que me dei conta de que estava só de toalha na frente de todos... >.< Envergonhada com o papel de tola que devo ter feito, fui ate a entrega da tecelagem e lá estavam as roupas que pedi... Jeans e blusa para ocasiões comuns; e um conjunto de shortinho e top de um tecido mais folgado e macio para dormir... Peguei o conjunto de baby doll e ali mesmo me troquei, já que não havia ninguém me olhando...

Vestida com aquelas roupas de dormir, usei a toalha que estava enrolada para secar o cabelo... Ouvia burburinhos vindo do lado de fora e logo supus que estavam ali me esperando... Abri a porta e me escorei no portal... Enquanto esfregava a toalha nos cabelos para que secassem comentei...

- Não é melhor vcs entrarem pra conversar em vez de ficarem comentando no corredor?!

Olhei o aparelho na mão do Drº e tive de perguntar...

- O que é isso!?

Quando vejo ela dou um sorriso, primeiro por constatar que ela estava melhor, já quase não havia mais sinal de choro, e segundo porque ela estava muito linda vestida com aquele baby doll, então falo respondendo a ela:

-Não estávamos comentando, estava explicando ao blood o que havia ocorrido só isso.

Quando ela fala do aparelho na minha mão eu meio que fecho caro, não havia ficado feliz em ser “substituído“ por aquele treco de metal e falo, tentando não aparentar isso.

-Esse é um aparelho que induz um sono sem sonhos aparentemente, de modo que você não tem pesadelos, assim se você não quiser minha companhia para dormir, você poderia usa-lo, se quiser...

Só depois percebo que deixei escapar o “minha“ durante a frase, fico um pouco envergonhado mais ainda sim tento disfarçar.

Olhei aquele aparelhinho e fiquei tentada a desmontá-lo e remontá-lo... Parecia um milagre para os meus problemas... Só que... Iria funcionar em mim, msm não contendo aquele treco no corpo... Tive de perguntar e de forma inocente falei olhando o aparelho e apontando para ele...

- E vcs acham que vai funcionar em mim?! Eu não tenho aquele troço... o tal do biochip implantado no meu corpo...

“Aparelinho maldito...“

Não consigo deixar de pensar isso quando ela fala daquela maneira sobre o aparelho, e então digo:

-Segundo o Doutor vai funcionar sem problemas em você... Então, vai querer usa-lo?

Não consigo evitar de olhar feio para o objeto na minha mão, mesmo que logo voltasse ao normal. Uma grande parte minha gritava para que ela não aceitasse, tanto a parte que queria apenas protege-la, quanto a parte que queria se aproveitar dela se uniam para gritar contra o pequeno objeto em minhas mãos, e eu já não sabia o que impedia ambas de vencer.

Ao que parece meu precentimento em relação ao Hunter não era errado. Acho que queria muito mais que um boa noite de sono ao lado dela embora ele tenha dito aquela palavras quando saimos do quarto. Bom vai depender dela afinal.

- Esse aparelho agediretamente no cerebro, não precisa de um biochip ou o que seja alem disso ele desperta o usuário se algo não identificado se aproximar de mais.

" era realmente interressante essa pequena que tinha nascido naturalmente... "

Peguei o aparelhinho das mãos de Hunter muito curiosa... Estava tentada a testar... O revirei na mão observando os comandos e perguntei...

- E como que funciona?!

Depois me dei conta de um detalhezinho e acanhada perguntei...

- E se der algo errado com isso!? Nunca usei um troço desses antes... O máximo que eu tinha pra me ajudar era um chá forte de raizes que minha mãe preparava e dormir com meu irmão...

- Não é tão complicado assim...

Explico como funciona o timer do aparelho e como ativa-lo depois de colocar na testa. Depois me lembro de outra coisa.

- Existe um sistema que permite a aproximação de outras pessoas sem que isso lhe desperte mas provavelmente sou o único permitido. Eu tenho um aprelho abaixo da pele que meu pai colocou que permite isso... mas ele se desbilita assim....

Depois de explicar detalhadamente como funciona, olho para ela saber se entendeu o que falei.

- Ele também inibi sonhos ou pesadelos... provavelmente você os têm também..

Não era um perguta mais uma afirmação que fazia.

Enquanto ele explicava, boa parte de mim ia entrando em desespero e depois em total desolação, após a explicação ainda queria tentar alguma coisa pra ela desistir do aparelho, mas a minha parte chata racional não quis colaborar e fiquei apenas com um sorriso no rosto tentando esconder minha frustração, e principalmente a raiva que eu estava do doutor agora, minha vontade era pegar aquele aparelho, ligar no máximo, e enfiar guela abaixo junto com os dentes dele, mas permaneço calmo por fora.

-Aparelho legal...

Falo bem baixo apenas para que eu possa ouvir. E então falo mas alto para a Abigail, da mesma forma carinhosa que disse antes, quando ela estava com medo.

-Então Abigail, você vai querer usar esse aparelho?

Minoru depois de presenciar a reação de Hunter após o mesmo ouvir o que ele tinha a dizer, arregala um dos olhos e range os dentes :

-Grrr...Você não entende...

Assim que a garota aparece na porta convidando-os para entrar e conversar, Minoru vira de costas, irritado, e volta pra seu quarto sem dizer nada.

"Esses inúteis imprestáveis..."

Minoru se dirige para a cama de seu quarto, estica seu corpo encima dela e fecha os olhos, buscando descansar um pouco.

Achei estranha a reação do Minoru, mas dei de ombros... Eles era sempre mto estranho... Pego o aparelho meio incerta se iria funcionar ou não... Porém, curiosa com a tecnologia e louca por um pouco de sono, não resisti a tentação de testá-lo... Segurei o aparelhinho firme e comentei com um sorriso...

- Acho que vou testar... ^.^

Depois olhei o Hunter que tão prestativo se voluntariou... Parecia ate maldade falar uma coisa dessas, mas simplesmente não resisti a tentação... Pousei dois dedos na lateral de seu rosto e o forcei a me olhar de lado apenas para sussurrar ao seu ouvido...

- Bom... Se isso der errado... Ainda posso chamar vc, né?! ^.~

Me afastei dele e sorrindo falei com todos numa despedida única...

- Bom... Ate daqui a pouco rapazes... Bom descanso... ^.~

Por fim, dei as costas e entrei no meu quarto fechando a porta atrás de mim... Logo fui para a cama, ajustei o aparelho para daqui a 4 horas (hora da reunião), posicionei na testa enquanto deitava e liguei... Fechei os olhos e esperei que aquele troço funcionasse msm...

“Ai... ai... Vou matar o Dr. Citan...“

Penso quando ela diz que ia experimentar o aparelho mas então ela sussurra aquilo em meu ouvido, me fazendo sentir um arrepio por toda a minha espinha até chegar ao meu pescoço, até tento responder mas ela vai embora antes que eu conseguisse.

“Hoje as mulheres tiraram o dia para brincar com a minha sanidade... Pena que nenhuma delas levou a brincadeira até o fim...“

Penso enquanto vou pro meu quarto sem me despedir dos outros dois, e torcendo para o aparelho do doutor estar quebrado devido ao tempo, chegando lá me lembro de algo muito importante e então peço pelo interfone uma dose de antídoto para o veneno Colônia, quando trazem o antídoto, eu já havia me vestido completamente, pego a dose, dispenso o serviço de quarto e aplico em mim mesmo enquanto andava pelo quarto sem nenhum pingo de sono, por causa de uma certa ruiva ao lado.

Antes dele se afastar muito, falo para ele:

- Você ainda terá outras oportunidades mas não podia deixar de tratar um pessoa doente, prometi a mim mesmo que faria assim sempre...

Dou as costa para ele antes de me socar ou algo pior embora não tivesse medo era melhor em lutas um a um. Vou para o meu quarto tinha um livro para ler ainda e tinha muito tempo até a reunião começar.

Sem dizer nada com a conversa toda e aquela insistida tentacao de alguem ir com a ruivinha, eu somente saio quando ela se despede. Precisava fazer meu relatorio e nao poderia perder mais tempo. Sigo para dentro do quarto, tomo um longo banho e comeco a digitar no computador o relatorio. Nao economizo palavras enquanto organizo tudo com as lembrancas que tenho e o que me contaram que aconteceu depois que eu apaguei.

Quando ouço aquilo sinto um grande arrepio subir pela minha espinha, dessa vez era de puro medo, sabia muito que ela faria de tudo para cumprir a ameaça, e fico intrigado com o código 78.

-Mulher difícil...

“Droga... Será que estamos numa armadilha... Merda...“

Decido ir falar com o Sakibari sobre isso, vou até o quarto dele, entro sem bater e digo sem cerimonias:

-Temos um problema.

Antes que ele pergunte eu digo:

-Parece que eu e você estamos sobre o código 79/78, sinceramente não me sinto muito seguro sobre isso, o que você acha?