Cachoeira (proximidades da Antiga Vila Amaldiçoada)

Me afasto de todos, sigo para a cachoeira e bebo um pouco de água. Talvez estivesse exagerando mesmo, talvez eu só quisesse ficar sozinho. Mais uma vez.

Fico surpreso com os relatos. Claro, suspeitava que ele fosse da ANBU, pela sua importância relatada lá no campo de treinamento, mas a informações sobre renegados, me deixam aturdido.

Aproveito e então peço ao Kira-sensei:



- Tenho perguntas a fazer sobre isso, Kira-senpai, mas antes, quero comentar algo. Como um ninja mais experiente, você já deve ter percebido o que ocorreu poderia ter custado muito caro pra essa missão... Todos com quem já fiz missão, eu os conheço bem, exceto por Taenelin e Natsume. Além disso, Katai parece estar passando por uma crise de auto-estima, sendo que ele já foi um ninja surpreendente para seu nível e foi decisivo para me ajudar em Hotaru... Confesso que não gosto muito desta questão de formação... E na verdade, desejo conhecê-los melhor, incluindo suas habilidades (se tratando de Natsume e Taenelin) e quanto a Katai, quero que ele volte a recuperar sua confiança... Não posso transparecer minha falta de liderança, então... O que me aconselha a fazer a respeito deles?

Espero a reação dele, antes de começar as perguntas em relação aos dados que ele me informou.

Ouvinod tudo aquilo eu dou um sorriso irônico, como a muito tempo não fazia, como o tempo em que eu não "me importava" com as coisas em minha volta.

Nunca pensei que estaria me preocupando com um Uchiha, que outrora era meu principal plano de vingança...

E então, eu concordo com que ele fala, sobre eu deixar "a liderança":



- Kukuku... Concordo... Ser líder simplesmente priva de certas liberdades, e uma dela é realmente se dedicar a conhecer cada integrante individualmente, uma vez que se pensa mais no conjunto... Além disso, não quero ser marcado pela minha seriedade... Eu já fui assim, mas eu não desejo mais... Obrigado pelo conselho.

E então, volto o assunto para as informações.

- Sobre os ninjas renegados, me pergunto se eles as fizeram, por coincidência, durante toda nossa rota, já que como disse, eles não sabem que estamos aqui (apesar de eu pensar o contrário de você, sensei, por temer que talvez agora eles saibam, uma vez que ativamos uma destas armadilhas)...

- Mas, fazendo um prognóstico mais lógico... Vamos ficar com essa possibilidade de que toda nossa rota pode estar com algumas armadilhas. Também quero perguntar outra coisa: no caso de ninja renegado, que é do clã Yamanaka, é possível cortar o chakra das armadilhas, antes que "caiamos" nelas?

Apenas fico olhando para ele, esperando sua resposta.

Olho para o Katai agindo como um tolo mas provavelmente eu agiria assim também se fosse minha irmã no lugar da Tae. Porém nada comento com aqueles três, eles eram muito inexperientes.

- O que o Hokage estava pensando dessa missão?

Então bebo água do meu cantil. Se aquilo era um armadilha, não iria me arriscar a tomar áqua de fontes naturais até estar seguro. Coloco a cabaça no chão e me sento esperando os dois voltarem.

Aceno sobre isso, pois também pensava em mudar a formação para dois núcleos e um suporte mais simples:



- Sim, concordo, Taenelin e Haru estarão melhor em dar "suporte na proteção"... Depois do que aconteceu, também pensava em reforçar o núcleo "identificação", transformando o núcleo "atacante" em "proteção" ao de "identificação"...

- Sobre a pergunta que outrora fiz, é porque estava pensando para o caso de cairmos da armadilha deste Yamanaka novamente... Afinal, uso genjutsu... E invasão e implantação de lembranças, na teoria, não deixam de ser ilusões... O que na lógica, deve haver uma forma de cancelamento para isto...

- Mas bem... A melhor opção é realmente evitar cair na armadilha com certeza.

E então, quando ia dar por encerrado, eu penso em algo em relação ao colar e a mensagem do Hokage-sensei e pergunto:

- Kira-senpai. Há algo que queria comentar, antes de irmos... E não se trata desta missão... Pode soar trivial... Mas... Você já soube o que aconteceu em Hotaru, a forma como derrotamos Ganisha?

"Resposta esperada"...

Vendo-o mais curioso, eu explico:



- Fiz a pergunta porque paralelo a missão, eu tenho de resolver uma seguinte questão particular... Apesar de ter conseguido derrotar a Ganisha, a forma como isso aconteceu me custou um dos selos da Ukio... Você, como parte da ANBU, sabe que se eu estiver instável e isso tomar conta de mim, posso me tornar um problema...

- Tempos atrás, eu temi que isso tomasse conta de mim... E também com tempo, não queria depender desta força... Mas, acabava me entregando a ela e ultima missão foi um exemplo disso...

Mostrando o colar que Hokage me deu, olho para ele, comentando:

- Agora, Hokage-sensei me disse que durante essa missão, através deste colar eu tenho, eu encontraria a resposta... Mas... Independente disso, apenas queria deixar você ciente, disto, Kira-senpai... Caso eu "dê" algum problema para todos do grupo... Apenas isso.

Dou um sorriso de canto, guardando as mãos no bolso. Espero a reação dele, quanto a isso, já me preparando para voltar para o grupo.

Dou um sorriso, quando ele fala isso, pois lembro da história do Hokage-sensei.

Olho para ele, e respondo:



- Sim, eu soube da história...

E então completo, olhando o horizonte:

- Sei quanto esse colar representa, para o Hokage ter me dado, pois está as lembranças dele aqui... E estou curioso como irei descobrir o que esse colar pode me dar como resposta. Mas... Uma coisa eu mudei: não quero mais fugir de meu poder e nem mesmo ser a "sombra" dele...

Olhando firme, de canto, concluo, antes de voltarmos:



- Quero dominá-lo.

Como suspeitava e agora, fazia sentido o que ele falava, diante do que aconteceu em Hotaru, durante aquela luta contra Ganisha...

Um tanto aturdido, respondo ríspido:



- Hum... Perder pouco a pouco a proteção a manifestação da Ukio, é preço de usar esse poder? Se for isso, quero descobrir outra forma. Senão serei dominado no final.

"Então ela... Foi assim que ela... ... ... ..."...

Realmente fui pego de surpresa... A forma como foi dita aquelas coisas me assustou. Não consegui falar mais nada. Claro que eu sabia que iria confrontá-lo um dia, sempre sentia isso. Mas, ser dito daquela forma, me deixou sem palavras.



- Hum...

Se fosse meu eu anterior, eu nem importaria com esse destino...

Mas, por mais seguro que eu fosse, me surge um medo...

Por que tinha pessoas que eu me importava neste momento...

Porém ao mesmo tempo, não podia deixar me assustar. Estava tão determinado, de que esse encontro será uma solução e tenho de estar preparado quando isso acontecer...

"Afinal, eu luto por eles. Não posso permitir que isso aconteça"...

Então, olho para Kira-senpai, e digo apenas o que a força das palavras e da determinação me impulsiona neste momento:



- Já disse. Irei dominá-lo. Nem que eu morra para que isso aconteça.

Dizer essas palavras, após saber disso, me passava uma sensação diferente, como se eu tivesse alguma doença terminal...

Mudo de assunto, temendo que todos reparem minha mudança de comportamento e resolvo dar por encerrado:



- Melhor irmos, sensei. Temos pouco tempo e com esse inimigos nos atrasaremos mais. Vou passar a orientações.

E pensativo um pouco, eu balbucio:



- Obrigado, sensei. Ainda tenho muito o que aprender...

Assim que me afasto de Kira-senpai e retorno para onde estava o grupo, que descansava, ainda tinha aquelas palavras na minha mente...

Ainda sim, tento me conter, sem evidência meu jeito reflexivo, quando algumas pessoas percebem meu retorno da conversa. Decidi descansar um pouco, refletindo, enquanto todos estava também fazendo o mesmo.

Tomo um pouco de água do cantil, verifico algumas coisas na bolsa. Depois de alguns minutos, eu me levanto, esperando a atenção de todos e digo:



- Escutem todos. Quando terminarem o descanso, se aproximem. Tenho novas orientações a passar...

Volto a me sentar numa rocha, dando um gole de água, esperando todos estarem prontos.

Me aproximo quando Sozano diz que quer falar conosco. Fico observando ele e esperando o resto do grupo.

Bebo um pouco da água da cachoeira em silêncio, e fico calmamente olhando pro céu enquanto estava recostado em uma rocha, minha ansiedade pela missão estava fazendo meu estômago dar voltas mas me controlava... Eu sabia que eu não podia ir correndo direto pra lá sem um plano, ou cansado, mas ficar parado ali estava acabando com o meus nervos... Quando percebo o Sozano chamando a todos me aproximo e fico esperando seu pronunciamento.

Apenas vou até onde o Souzano estava reunindo o pessoal.

- Qual vai ser o plano contra nosso inimigos?

Assim que dão um descanso para todos na cachoeira, me sento numa pedra perto da queda dágua para descansar... Bebi um pouco de água e para distrair os pensamentos peguei uma pedra de afiar e fiquei afiando a lâmina de uma kunai... Não que a kunai precisasse, mas era algo que me distraia... Estava embaraçada com a minha atuação...

Levou um tempo e logo Sozano-senpai e Kira-sensei retornaram da sua "reunião"... Sozano-senai pediu para que nos reagrupassemos e eu me juntei ao resto do grupo... Já pensava que tvz ele fosse me dispensar, afinal sequer fui convocada para aquela missão e já estava atrapalhando mais do que ajudando...

Ouço ao longe a voz do sozano então abro os olhos e saio da cachoeira com a katana em mão. Vou andando vagarosamente e tiro um pouco da espada olhando a lâmina.

"Pai...o que será que o senhor faria? Não tive tempo de te conhecer o suficiente pra ter certeza, mas espero que o senhor me guie nesses momentos difíceis. Vou procurar te orgulhar pai, mesmo sem termos nos conhecido!"

Encaixando a espada denovo eu olho para o sozano prestando atenção em suas palavras de braços cruzados e com a espada entre os braços. Levava uma feição pensativa e séria. Me manteria afastado das frivolidades e levaria apenas meus objetivos à minha frente, talvez isso me ajudasse a me concentrar.

Talvez se eu não tivesse tido aquela revelação, meu tom seria mais sério.

Mas, depois de tudo, talvez eu valorizasse mais a vida, mesmo sabendo que arriscaria se necessário.

Talvez passei a me importar mais com todos. E todos percebem meu sorriso, raro e gentil, quando eu falo, observando ainda Katai, Natsume e Taenelin:



- Não se preocupem. Não irei demorar muito.

Olho para Kira-senpai, como se pedisse para ficasse atento alguma coisa estranha a volta do ambiente, enquanto eu falava com o grupo. Não daria detalhes mais diretos, mas era importante eles saberem o que estariamos enfrentando daqui para frente...



- Mediante o que aconteceu, iremos fazer mudanças na formação e explicarei os motivos depois...

Olho para Natsume, e peço:

- Natsume, você ficará encarregado junto de Hime, combinando seus poderosos sentidos de visão e ofato no núcleo de "identificação", aproveite a experiência de Hime, ^^, seus olhos serão vitais nesta função.

- Hirou, você coordenará o grupo de "proteção ao grupo de identificação". Enquanto eles fazem o trabalho, a proteção será vital. Haru, Katai e Taenelin lhe ajudaram...

Pouso as mãos sobre Katai e digo:

- Katai, tenho uma outra função para você: seja o suporte direto de Natsume na identificação, quando este precisar descansar para repor seu gasto de chakra por causa do Byakugan. Ainda sim, provavelmente daremos muitas pausas durante o trecho... Para evitar desgastes.

Fechos as mãos deitando meu queixo sobre os punhos fechados, concluindo:

- Quanto a mim e ao Kira-senpai, ficaremos com a retaguarda e dando suporte a vocês. O motivo da mudança é que enfrentaremos um problema adicional: essa é uma rota de alguns ninjas renegados com qual podemos lidar mas, ao mesmo tempo, ter cuidados com suas habilidades. Tanto que caimos na armadilha de um deles. Este, que é o do clã Yamanaka, usa jutsu capaz de durante as armadilhas, quando acionadas, manipular lembranças do alvo afetado... (O que explica o que ocorreu com você Taenelin).


- Por isso, tivemos que mudar a formação. A prioridade agora é chegarmos seguro ao ponto principal da missão. Por isso, teremos de ter olhos dobrados para outras possíveis armadilhas. Isso é tudo. Todos preparados? Alguma pergunta?

Não gostava do plano mas era o líder que passava então para mim bastava.

- Certo.

Digo um pouco desanimado e vou pegar a cabaça. etãome preparo para seguir como o plano mandava.