Vale dos Ossos

continua na mesma posição e cabisbaixo

-Senhor, por ser de konoha não significa que sou como os outros que o senhor conhece. Dê-me somente uma chance...troque algumas palavras comigo e se o senhor não me aprovar para ao menos tirar algumas dúvidas minhas eu irei embora. Mas me dê uma chance de provar o contrário.

Como estava com o sharingan ativo saco uma kunai o mais rápido que posso enquanto me curvo para o lado e tento bloquear a kunai de forma que ela só raspe na lâmina da minha e que reduza sua velocidade e mude seu curso permitindo que eu a pegue e me levanto empunhando as duas.

-Um teste de combate pra uma conversa? Isso é mesmo necessário?

Fico meio confuso mas em completa prontidão

Faço 4 kage bushins que se fecham formando uma barreira enquanto fico abaixado e começo a me preparar para lançar um goukakyou no jutsu. Quando eles somem aproveito sua fumaça para lançar o jutsu de surpresa na direção dele.

-Onko dono, eu realmente não gostaria de lutar sem motivo mas se é o único jeito de falar com o senhor esgotarei minhas forças aqui!

Tento concentrar meu chackra através das pilastras para fazer com que boa parte do chão próximo delas queime e fico atento aos seus movimentos. Assim que conseguir vê-lo ou perceber sua presença com clareza eu atiro kunais com KF falsos como chamariz e apareço atrás dele distante lançando kunais com KF verdadeiras.

Aproveitando que o fogo ilumina mais o lugar eu atiro várias kunais com selos explosivos em vários lugares do teto deixando rajadas de luz entrarem e iluminarem tanto do lugar quanto puder e talvez fazendo-o se mover pelas pedras que cairão. Caso ele se mova ficarei em prontidão parar seguir seus movimentos!

Desativo meu sharingan sem conseguir tirar meus olhos daquele olhar misteriosamente medonho. Sentia medo mas também sentia vontade de saber mais e de salvar Myka. Eu precisava saber a verdade sobre meu clã, a verdade sobre konoha, sobre aquele homem, sobre a tamashiryu. Precisava aprender mais sobre minhas habilidades e tirar minhas conclusões sobre o certo e o errado...se quisesse ser hokage precisava conhecer a verdade através dos meus olhos ou de nada serviria esse sharingan. Desço das pilastras e caminho até fica frente a frente com ele e faço uma reverência.

-O senhor luta melhor do que muitos usuários do sharingan. É impressionante nunca vi nada igual! Tem certeza de que é cego?

Me recomponho e tentando conter minha surpresa e medo por ele ser tão poderoso eu o encaro de frente e falo num tom mais sério depois de engolir a seco.

-Uchiha Onko san...eu gostaria de aprender! Aprender sobre a tal habilidade especial do sharingan que custa a visão, aprender sobre a batalha que houve aqui a muito tempo, aprender sobre a tamashiryu. Há uma amiga minha que está em poder deles e gostaria de aprender o máximo que puder para salvá-la! Preciso me tornar mais forte e me parece que o senhor é o ser mais forte que conheço e também é um dos meus ancestrais. Não vejo ser mais confiável...

Coçando a nuca com cara confusa eu olho para cima meio distraido enquanto converso
-Bom...como posso explicar? Ela é da família principal e eu da secundária, sempre odiei isso de separar o clã em famílias e os caras da família principal que se acham os bonzões e se aproveitam disso. No entanto ela é diferente, eu percebi que ela tem um jeito mandão, brigão e personalidade bem forte mas ela parece ter uma grande dor por trás disso tudo e ela nos ajudou muito. Acho que ela é uma garota sofrida e não merece mais sofrimentos e acho que é isso que a espera nas mãos daqueles malditos. Além do que aquele insetão da tamashiryu matou meu antigo sensei e vários companheiros meus. Eu adoraria ver a cara dele quando descobrisse que salvamos ela! Assim eu também podia zuar um pouco alguém da família principal por ter sido salva por um da família secundária e acabava com essa palhaçada de vez hehehe

Fico sério então me sento

-Onko san, pode me ensinar o que achar conveniente mas sempre que possível quero vê-lo para aprender mais...quero me tornar mais forte, quero ser hokage e mudar todo esse mundo. Odeio o jeito que muitas coisas vão, gosto de outras. Mas ficar parado não vai ajudar em nada então...ensine-me!

-Bem...eu não sei bem se é ódio mas sinto uma necessidade imensa de se fazer justiça e sei que tem que ser com minhas mãos ou então não me sentirei satisfeito. Tem muitas coisas que me desagradam, e a muitos também, pretendo corrigí-las se puder...então acho que não arriscarei tudo na minha vida. A minha vida será a justiça!

Olho para ele muito sério

Olho para ele um instante quieto até me pronunciar

-Porque? Porque tem que ser assim? As coisas podem e devem mudar! A água que fica estagnada apodrece e traz doenças. Não seria a cegueira uma dessas consequências da não mudança da fonte do nosso poder senhor? Perdoe se eu estiver sendo insolente mas, o ódio assim como outros sentimentos pode ser uma arma poderosa mas acho que podemos e devemos controlá-lo e não o contrário. Se não nós nunca seremos indivíduos poderosos, seremos apenas ferramentas diferenciadas pra que o mesmo ódio nos use sempre!

Continuo olhando-o agora com um pouco de apreensão

Fico firme então olhando para ele e respondo de forma ríspida

-Pois bem então. Que o ódio seja o seu meio de ensino e que a justiça seja meu meio de aprendizado! O senhor tentará me ensinar o ódio e eu tentarei aprendê-lo, e se o senhor quiser pode tentar aprender algo sobre meus ideais atuais também. Mas tenho que lhe dizer uma coisa, mesmo que eu seja portador do ódio eu decidirei como usar e pra onde direcioná-lo, ninguém mais! Se concordar com isso, e que irá tentar entender de verdade meus ideais estamos em acordo, tudo bem?

Vou seguindo-o com cautela e mantendo um metro e meio de distância para dar tempo de reação caso precise

Fico mais sério e falo num tom igualmente sério

-Velho...eu acho que você não entendeu. Eu disse que eu estaria aberto a aprender tudo o que me ensinasse e da forma mais rápida possível. Eu aprender o caminho do ódio não significa que eu irei seguí-lo! E com ou sem sua ajuda eu irei salvar minha amiga e destruir aquela aberração da tamashiryu nem que isso custe minha vida porque eu não permitirei que custe a vida dos meus companheiros...não mais! Mas com sua ajuda EU posso ser de grande ajuda...

Passo ele e fico frente a frente com ele começando a falar de forma melancólica

-Velho...desde o momento que entrei nesse lugar percebi no seu olhar e nas suas palavras uma tristeza enorme. Não sei o que se passou com você mas agora mesmo você deu uma demonstração de que sua sabedoria poderia ajudar a mudar esse destino dos uchiha. Minha prima com certeza será agarrada por este destino e além de mim tem um outro amigo que a ama muito! Não posso deixar ela seguir esse caminho e se tornar apenas uma arma velho...simplesmente não posso! Praque servem meus olhos se mesmo com essas lágrimas eu não conseguir se quer enxergar um bom caminho se tornando realidade?

Digo essas lágrimas chorando com as mãos nos ombros dele e logo em seguida abaixo o rosto deixando as lágrimas cairem