Neviar - o Sonho Perdido

Acabei me deitando na cama e me acomodei. Uriel me ajudou a me acomodar e antes que ele se afastasse lhe segurei a mão fazendo o parar. O encarei por um bom tempo e murmurei sentindo as lágrimas brotando no rosto.

- Vc... vc é muito parecido com o Uriel das minhas lembranças... seu jeito... - uma lágrima escorreu e sorri alegre - Pelo menos vc esta vivo aqui do meu lado... Acho que meu "eu" daqui sentiria muito sua falta como eu senti nas minhas lembranças...

Sorri de modo simples e comentei.

- Eu sei que vai estar... Se for mesmo igual ao "outro", eu sei que vai estar...

E fechei os olhos para receber o beijo. Só esperava que com um cochilo rápido o mal-estar passasse.

Olhei o relógio cheio de botões com estranheza e comentei sem graça.

- Eu não sei mecher nisso... Mas pode ir... Vou ficar bem... ^.^ sei me virar sozinha...

Calada, prestei atenção nos comandos para não me perder. Não entendia pq diabos ele me ensinou como chamar Kamus. Ele seria o último a quem eu chamaria, mas enfim. Era sempre útil saber. Fiquei olhando os comandos enquanto uriel se afastava para sair. O olhei e antes que saisse lhe disse.

- Uriel... Errr... Obrigada... Por ficar comigo...

Depois recostei o corpo de lado e fechei os olhos para cochilar um pouco.

Antes de coxilar Abigail vê Uriel olhava para ela e sorrir. Ele não fala nada, somente segue saindo daquele lugar. Em pouco tempo ela sentia o sono chegar. Pouco tempo de coxilo depois ela ouve a voz de Kola e ele a chamava...

OFF

Post em: Enoch City

Assim que sai pela porta percebi que estava em Aaba novamente. Teria de enfrentar a realidade de Nuviar e não tinha a mínima idéia do que faria ali. Desconhecia aquele mundo por completo. Sentei-me na borda da cama pensativa enquanto alisava o ventre que ali era avantajado. Ate pensei em sair do quarto, mas não tinha noção de para onde seguiria. Porém decidi tentar adar um pouco para espairecer. Me vesti adequadamente e sai do quarto sem rumo ou direção.

Meio confusa por não saber o que foi dito ali, voltei a cabeceira da cama e apertei os botões aleatoriamente. Algum deles deveria funcionar.

Fiquei muito quieta enquanto ouvia as mensagens. Pelo visto tinha ficado trancada no quarto por um longo tempo. Ao menos naquela realidade isso já havia acontecido, mas mesmo assim despertou a preocupação de todos.

Não sabia o que reagir. Se saia do quarto e começava a interagir da forma mais natural possível, porém levei um baita susto. Como que saida do além, ouvi a voz de meu pai. Meu corpo se estremeceu por completo e senti que ficara pálida. Ali meu pai estava vivo. Novamente comecei a apertar os botões de modo frenético querendo ouvir novamente, mas não ouvia. Me emocionara tanto que sentia um desmaio chegando ao ponto de ter de me segurar. Qt tempo havia ficado sem comer?! Como estava minha saúde afinal para uma emoção forte me abalar tanto!?

Ainda tentando ouvir novamente a mensagem, escutei as batidas na porta. A idéia de que era Kamus logo me surgiu na mente e por algum motivo não gostei muito disto. Tvz fosse as lembranças do outro Kamus. Ou a peversão toda dele. De qlq forma, me levantei e fui ate a porta abrir e ter certeza de quem era. Estava ainda meio aturdida com a msg de meu pai. Tantos anos sem ouvir sua voz e ali eu ouvira novamente.

Me afastei da porta e fui caminhando de volta a cama e me sentei. Estava tonta e me dei conta de que muito provavelmente ficara tempos sem comer. Me sentia meio perdida e murmurei com fraqueza:

- E-eu tô bem... Só um pouco tonta... E meio fraca... Mas... Chegada aonde?!

A fraqueza era tanto que não dava nem para reagir diante do que Kamus fazia se aproveitando de mim. Suspirei cansada demais para reagir e murmurei.

- Dois dias... Estou trancada aqui sem comer tem dois dias... Não vi, nem falei com ninguém... Dois dias...

Não que as carícias de Kamus ali fossem ruins, mas o que eu pensava dizia que era errado. Contudo me lembrei das palavras de Balthazar sobre meu eu naquela realidade ser muito diferente e nada reagi ao que ele fazia. Apenas tentei aproveitar, se é que era possível.

Estremeci ao toque quente de Kamus. Era idêntico ao que ele tinha quando estivemos juntos em Kanis. Claro que lá ele estava sendo possuído por Syon e foi quase um estrupo. Se bem que depois ele tomou controle e foi mais carinhoso como agora. Tentei relaxar, mas as palavras dele sobre minha família me despertaram para o que acontecia.

- M-minha família?!

Estava tão perplexa que senti que perdia o chão. Veria meu pai, minha mãe e meu querido irmão novamente?! Eles eram iguais aos que eu me lembrava!?

Mordio os lábios segurando um gemido com as caricias de Kamus. Achei estranho e um tanto triste o que ele falou sobre meu relacionamento com minha família. Na outra realidade eles estavam mortos, mas nos davamos muto bem. Achei tão ruim que fechei a cara um pouco.

- Pelo visto não vai ser uma visita agradável, afinal... - comentei com outro suspiro.