Edo

=

"O que ele quis dizer com isso O.õ"?[²]

Assustada com jeito dele (e se arrependendo de tê-lo convidado), apenas digo entre os dentes, sem graça:



- Hehehehe, não sei do que Ojou-zan está falando ^^, mas sobre a residência... É-é por aqui... Hehehehe... Me acompanhe... ^^'''''

Então sigo na frente, para guiá-lo, esperando que ele faça o mesmo...

Quando eu estou na cozinha, preparando o chá, ouvindo isso, fecho os punhos revoltada.



Ainda me volta as lembranças de ontem a noite. Esta casa ainda era herança do grupo. Quase me vem as lágrimas novamente, mas

"Maldição... Tenho de ser forte e aguentar"...

Tento disfarçar. Dou uma respirada e volto ao meu jeito convencional, depois de um tempo, trazendo numa bandaja.



- Desculpa a demora. Esta aqui, Oujo-zan, pode se servir. ^^. Quanto a casa é uma herança que me foi deixada... Recentemente...

Vou até a janela, dando uma olhada lá fora, para não encarar os olhos daquele senhor e concluo:

- Mas... Irei me desfazer dela. Não ficarei mais aqui.

-Narrando para Zaya-

O senhor pega o chá da bandeja e começa a tomá-lo, devagar.



-Compreendo, minha filha. Eram amigos seus, as pessoas que faleceram e lhe deixaram essa casa?..

O velho toma outro gole do chá e continua:

-(Huumm!! Gostosooo!).. Desculpe a minha falta de delicadeza. É que eu não pude deixar de notar aquela covas recém-cavadas, próximas a essa casa.

O senhor já se ajeita para tomar outro gole do chá que você preparou, quando ele avista a sua manopla de couro e garras encima da cama que havia ali.

Ele instintivamente cospe todo o chá que estava na boca e cai pra trás com o susto.



-Aaaaaahhhh!!! N-não é possível!!

Ele rapidamente se levanta e fica olhando pra você, com olhos estranhos:


-F-f-filha... Qual o nome de seu pai?!!

- Eu não quero falar sobre isso...

Digo um tanto rude, pois não queria lembrar de ontem. As lágrimas ameaçavam voltar e eu não queria encarar aquele senhor que tinha aquele jeito de olhar como se tentasse advinhar tudo que ocorreu.

- Hum?????...

Mas fico surpresa com a reação dele, e quando ele pergunta sobre meu pai...



"O que esse senhor sabe sobre ele"...?

Fiquei no dilema de revelar ou não revelar, pois não podia ficar falando isso para qualquer pessoa. Mas Matsuyama-san parecia alguém que não poderia fazer mal...

Por fim, dou um suspiro, e revelo, séria:



- O nome de meu pai é John MacFistow... É o mesmo e verdadeiro sobrenome que tenho... Não sei que é minha mãe, mas isso não importa. Sou uma foragida da justiça. Quem se envolve comigo tem problemas... Por causa disso... Apesar de que... O que aconteceu com meus amigos ontem não tem nada haver com isso...

- De qualquer forma sou uma azarada... Mas me diga, por que está perguntando isso... Você não é nenhum assassino enviado pelo governo, eu espero... Isso seria absurdo... ¬¬'

Me aproximo lentamente da minha arma, para qualquer eventualidade. Eu sabia que aquele velho não tinha nada de comum.

-Narrando para Zaya-

O velho quando escuta aquela história toda e o nome do seu pai, prende para não dar uma gargalhada. Ele vira de costas para você e fica algum tempo se "escondendo". Mas subitamente depois de algum tempo, ele se vira para você com um olhar assustador:



-MUAHAHAHA! Eu sou um assassino do governo! Vou acabar com você, garotinha fujona! (Há há há ! COf! Cof!)



Ele estende ambos braços para frente, com as mãos caídas e começa a se aproximar lentamente de você, tal como se fosse um zumbi. Depois de alguns eternos segundos, ele não controla o riso e cai no chão se debatendo:





-aSHauhsuAHSUAhushAUSHUASAu!!! (Coof! Coff!!) Huashasusa!...



Aos poucos ele se levanta, enxugando as lágrimas da risada e com a mão na cabeça, tenta se retratar:

-Eu (há há há...) Sinto muito, minha jovem. (há hái!.. Essa foi boa...) Não queria lhe assustar. Não pude resistir (Ai.. ai.. Eu sou muito engraçado.) Eu realmente não sou mandado do governo. Nem sabia que você estava sendo procurada...

Ele respira fundo e toma um ar bem mais sério agora. Era assustadoramente estranho como esse velho consegue mudar de atitude de uma hora para outra.



-John MacFistow... Esse mundo é realmente pequeno. Já faz quanto tempo?! Uns 25 anos?!... Nossa.. O tempo voa não é mesmo, minha filha? Quer dizer que John faleceu?... Ele era um bom homem.

Ele fica olhando para você mas apesar disso, você tem a impressão de que o olhar dele estava distante, como se estivesse lembrando de alguma ocasião passada.

Olho para aquele senhor com uma expressão um tanto confusa e digo:

- O senhor não está com certa idade para esse tipo de treino?

Sabia que aquela frase teria algum impacto nele, pois estava muito animado para um senhor daquela idade. Além disso, tinha uma técnica que parecia ser realmente muito interessante. Logo que falo aquelas palavras, aguardando reação dele, eu já levo a mão até minha wakizashi de forma a sacá-la caso fosse necessário me defender.

Fico assustada e já tento pegar a arma, mas quando ele diz que é brincadeira,fico irritada:



- ORA SEU... ¬¬'

"Qual é a desse gigi"...? ¬¬'

Dou um suspiro e tento me acalmar.

Noto que ele ficou mais comportado e comentou sobre ter conhecido meu pai...

E então digo triste sobre o que aconteceu...

- Sim, faz 4 anos. Ele foi assassinado... Se eunão tivesse nascido nada disso teria acontecido a ele. E nem mesmo a minhasuposta mãe, que ele dizia que era alguém importante de algum senhor feudal...



- Vejo que o senhor o conheceu pelo visto...Então, sinto muito lhe informar isso...

Evito chorar, pois a palavra "assassinado" ainda me fazia lembrar deHiko-kun...

-Narrando para Katsu-

O senhor ainda com todo aquela euforia dele, continua "alegre", mesmo após ouvir o que você havia dito.



-HÁ HÁ HÁ! Que nada, filho! Com a idade... (vem o que mesmo... hum.. droga... maldita memória..) .. err... (Ahhh!! Lembrei!).. Com a idade, vem a experiência!
HÁ HÁ HÁ!



Ele dava aquelas gargalhadas estranhas que você nunca havia visto alguem dar e falava todo empolgado. O senhor se vira completamente para você e ainda mantendo a mesma distância, o indaga, olhando para as suas mãos preparadas para sacar a wakizashi:



-Há HÁ HÁ!

Depois ele muda a expressão completamente para uma séria e passa a lhe encarar n ofundo dos olhos. Falava com tamanha frieza que parecia ser outra pessoa completamente diferente:

-... Você acha mesmo que caso eu lhe ataque, conseguirá sacar sua espada e se defender, antes do meu golpe lhe cortar?

Ele permanecia imóvel, apenas lhe observando, enquanto esperava uma atitude sua.

-Narrando para Zaya-

O senhor faz uma cara de espanto e comenta:



-Assassinado?!... Isso é dificil de acreditar, minha jovem. Seu pai era um ótimo guerreiro, apesar de um pouco desleixado. Quem fez isso com ele, certamente tinha boas habilidades.

Ele esboça uma expressão triste e continua:

-Mas não se culpe, jovem. Todos nós carregamos um fardo. O de uns são maiores que o de outros, mas no final todos nós carregamos algum. Não desista de viver. Existe um propósito para a sua existência. Não se esqueça disso.

O velho então sorri e fala animado:

-Mas vejo que o seu pai conseguiu trasmitir coisas boas à você. Você age igualzinho à ele. ( há há há)... E ele também te ensinou algo sobre o estilo Renaissance Iron Punch, não é?



O velho volta a olhar distante denovo, como se lembrasse de alguma ocasião em que vivenciou com o seu pai. Ele era realmente estranho e isso a faz pensar que talvez ele seja "louco" desde quando se encontrou com seu pai.

- Uma técnica apenas... Geralmente eu sempre usei mais minha arma. Mas sempre pratico pra eventualidades... Mas...

Ainda me dando conta que ele falava bastante a respeito de meu pai, eu pergunto surpresa:



- Como conheceu meu pai?

Ainda curiosa e espantada, aceno e digo:



- Sim, por favor. Me conte.

-Narrando para Zaya-

O velho se senta ao seu lado e começa a lhe contar a história:



-Bom minha filha... Vou começar falando um pouco sobre mim, tudo bem? Talvez você já tenha percebido pelas minhas roupas, mas eu sou uma espécie de monge. Há há há há há!!


Ele dá uma risada louca após dizer isso, como se nem ele acreditasse no que disse:

-Desculpe, desculpe... É que eu sempre acho graça quando falo isso. Na verdade, eu não tenho NADA a ver com um monge. Sou o que chamam de "Monge Corrupto". Eu nasci em Niigata e passei grande parte de minha vida lá. Entretanto, por Niigata ser um vilarejo repleto de monges budistas e isolado dos demais vilarejos, os ensinamentos eram e ainda são levados muito à sério.

Ele faz uma pausa e exclama como se estivesse desabafando:

-Hunf! Cambada de cegos!!! Eles acham que os ensinamentos podem ser aprendidos apenas através de escrituras... Esquecem que o real objetivo da vida... Está na vida!! E não nos livros... (idiotas.. chatos.. bobos...) Ahh.. err..





Ele fica fazendo caras e bocas e por fim, continua:

-Desculpa, Zaya-chan. Ho ho ho ho... Voltaaaando... ... Sou um "monge corrupto" por ser completamente desrregrado e não mostrar demasiado respeito pelos ensinamentos. Encho a cara de cachaça quando dá, também. ( HÁ HÁ HÁ HÁ!!)

Ele torna a ficar rindo feito louco e logo depois se recompõe:

-Mas naquela época, apesar de eu ter tantas péssimas qualidades, eu era bastante esforçando no universo do combate. Por essa razão, acabei fazendo certa fama.

Ele faz uma pausa e respira fundo. Depois de um tempo, começa a falar empolgado:

-E então veio a minha época de rounin! (há há há!) Eu batalhei bastante e humildemente consegui melhorar minhas habilidades. COf! Cof! (Eu era demais! Era forte! Indestrutível! Implacável! Ninguém podia comiiigo!! HÁ HÁ HÁ!) Com isso a minha fama aumentou. Algum tempo se passou depois disso e seu pai veio à minha procura. Ele falava muito mal o japonês e tinha um forte sotaque inglês imbutido no dialeto. Era muito engraçado ele falando. Há há há!



-Mas bem... Naquela época ele me disse que estava desenvolvendo um estilo de luta, porém o estilo apresentava muitas e muita falhas. Estava incompleto. Seu pai gostaria de incorporar elementos extras nele e recorreu a mim. Depois de ouví-lo atentamente, ele me convenceu a ajudá-lo. Aperfeiçoei o estilo de seu pai na época, acrescentando movimentos de Kung Fu e Tai Chi. O estilo melhorou absurdamente, se tornando o que é hoje.

Ele desvia o olhar para as manoplas e as garras. Sorri e continua:

-Ele me veio com esses "Lixos" que você tá usando. HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! Seu pai realmente era um cabeça oca. Eu falei para ele que o estilo seria bem mais eficaz de mãos limpas, porém ele insistiu em manter essas "luvas" e esses "garfos". Parece que ele trasmitiu esses itens pra você também, não é mesmo?!

E faz uma pausa, respira fundo e prossegue:

-Ai ai..Eu acho que falei demais! HÁ HÁ HÁ ! (Já to ficando sem saliva.. Ho ho ho) A razão para eu ter perguntado quem era o seu pai, foi por ter avistado essas "coisas" que você usa. No japão é realmente raro, se não é impossível, ver alguem portando essas tralhas. Pois é... Parece que o destino quis que eu me encontrasse com você, filha...

Ele fica olhando para você sorrindo, enquanto esperava alguma reação sua.

- Fala sério... ¬¬' "Monge corrupto"... Eu sabia que você era um velho estranho...

Mas quando ele fala com sobre o estilo, até penso em me ofender, mas vendo o que ele tinha mostrado, talvez não fosse subestimado acreditar que ele estava falando. De fato meu pai só havia ensinado uma técnica...

"Por um lado, realmente foi um golpe de sorte. Posso ficar mais forte... Talvez possa vingar"...

Novamente fecho os olhos...




E então eu pergunto, esperançosa:

- Meu pai nunca teve tempo de me ensinar tudo pois ele morreu quando eu era muito nova... Se você conhece um pouco do estilo dele, você pode me ajudar a melhorar minhas habilidades...? Se quiser lhe dou até essa casa com tudo que tem nela, para que isso ocorra... Faço o que você quiser, mas eu só quero... Eu só quero... *Unf Unf Unf*

Não completo. Simplesmente começo a chorar novamente, pois acabo lembrando de forma indignada sobre ontem.

-Narrando para Zaya-

Quando o velho pensava em te responder, vê que você começa a debulhar-se em lágrimas. Ele esboça um semblante triste e ao mesmo tempo compreensivo.



-Hey! Hey... Calma, minha filha.

O velho põe as mãos no seus ombros e a puxa pra perto dele, lhe envolvendo num abraço.

-Seu pai era um grande homem. Ele era justo, tinha carater e honrava suas palavras. Ele não iria gostar de vê-la chorando por causa dele.

Ele afasta você do abraço e olha nos seus olhos:

-Eu não sei se seria um bom mestre para você, minha jovem. Mas para que essa história se desenrrolasse quase 30 anos depois, só pode ser obra do destino. Em consideração à seu pai, se assim desejar, a treinarei.

Ele sorri e continua:

-Mas eu não quero nada seu. Aliais... Se você me comprar alguma cachaça de vez em quando, já ficarei mais do que satisfeito! HÁ HÁ HÁ !

Fico surpresa quando ele diz aquilo...



- Então você vai me treinar!? Que ótimo... Mas... Então, quando podemos começar, neste caso?

Tava feliz por ele dizer que iria fazer aquilo por mim, até ele dizer aquilo de dar uma cachaça pra ele...



- Fala sério. Papai sempre me disse pra ficar longe destas coisas ¬¬'...

-Narrando para Zaya-

=

-Calma, minha filha. Você leva tudo tão à sério?! Ho ho ho (embora eu realment quisesse uma caninha...) vamos começar agora.

O velho se levanta todo empolgado do sofá e se dirige pra porta, saindo.



-Ahh! Já ia me esquecendo...

Ele vira para você com olhos demoníacos e fala com um tom extremamente frio de voz:

-Já vou lhe avisando desde já. Meu treinamento será bem pesado. Se quiser desistir, é melhor falar agora.

Ele fica a encarando, esperando sua resposta.

Não hesito e digo:



- Não se preocupe. Não desistirei. Eu tenho motivos fortes pra isso.

Fica imaginando o quão puxado seria esse treino.

"Será que usarei a manopla e a guante"?

Com uma expressão desafiadora eu respondo:

- Posso não conseguir nem sacá-la, mas não posso deixar de tentar. Morrer em dúvida não livrará minha alma das promessas que fiz...

Meu olhar era direcionado aos olhos dele, pois eles diziam mais do que qualquer movimento que ele pudesse fazer com as mãos. No olhar, eu procurava a entrada para a minha defesa, caso ele fosse mesmo me atacar.

-Narrando para Katsu-

O velho muda a expressão para uma gentil, porém continua na mesma posição.

= ^_^

-Belos olhos, filho. Esses são olhos de um grande guerreiro. Entretanto...

Num movimento rápido, o velho balança verticalmente a lâmina da nihontou dele em sua direção, fazendo deslocar uma forte rajada de vento, quebrando sua guarda e derrubando-o no chão com um corte vertical superficial no centro de seu peito.

Você fica caído ppra fora do dojô e apesar do corte em seu peito ser superficial, você sente o sangue escorrendo dele. Ainda assim você consegue ouvir o velho falando, ainda dentro do dojô:



-Entretanto, você ainda é fraco, garoto. Seus olhos não fazem júz a sua força de agora. Na verdade, me admira como você conseguiu chegar vivo até aqui. É mesmo, estamos na era Meiji. As vezes me esqueço disso (minha memória não é muito boa, sabe... ho ho ho) Se fosse na era Tokugawa, você não duraria 10 minutos.

Por fim, você escuta passos se aproximando e nota o velho te observando:

-Isso porque eu sou um velho caduco. HÁ HÁ HÁ! Se estivesse enfrentando alguem no auge de sua vida, você talvez tivesse sérios problemas.

Ele fica lhe observando, esperando alguma reação.

Vendo que os meus esforços não eram satisfatórios com a postura daquele velho, eu me levanto passando o dedo naquele corte onde estava a escorrer o sangue. Verifico a profundidade e vejo que era meio superficial. Dou um sorriso de canto e digo:

- Bom... já que não está acontecendo nada demais neste Dojô e que minha katana não pode ser erguida contra mal algum, pois não há, eu vou me retirar... com sua licença.

Bato em minha roupa limpando-a e me viro de costas seguindo para fora da propriedade daquele senhor maluco. Não tinha por que me envolver em assuntos que não me diziam respeito.

-Narrando para Katsu-

O velho apenas fica a lhe observar em silêncio e logo depois volta para dentro do dojô. Logo os sons de coisas quebrando passam a ser ouvidos novamente.

Alguns metros adiante você observa a figura de Natsume, a atendente da estalagem, lavando roupas no quintal. Ela estava distraida, mas logo lhe avista e com um sorriso gigante, acena em sua direção.

=

-Bom dia, Samurai-saaan!!!!

Essa garota, assim como o velho, parecia não regular bem. Ela aparentava ter quase a mesma idade que você, mas com uma mentalidade completamente infantil.

"Tomara que esse gigi não apronte nenhum brincadeira"...

- Sim, estou indo!

Pego minha manopla e minha guante, indo até lá fora, para acompanhá-lo. Lá fora digo:



- Estou pronta. Podemos começar?

Aguardo a reação dele, após minha pergunta.

"Será que usarei a manopla e a guante"?

-Narrando para Zaya-

Ele estava sentado de pernas cruzadas, encima de uma pedra que havia por ali.



-Chega mais, minha filha. ho ho ho.

Ele passa a olhar sério pra você e estica um das mãos em sua direção:

-Me dê a sua pistola, sua "luva" e seu "garfo", filha.