O portador do Vento Amaldiçoado

Dou um sorriso quando chego ao local. A primeira coisa que eu penso quando leio aquela frase é em tocar a porta.

"Não vou retornar... não depois que vi o que vi. O passado não precisa ser lembrado para que o futuro seja escrito por minhas próprias mãos..."

Aproximo a mão para ver a reação do vento. Não sabia ao certo sobre o que era esse elemento ou sobre o que aconteceria. Mas talvez a resposta estivesse dentro de mim. Talvez não houvesse resposta, talvez só houvessem os impulsos.

Me lanço para dentro da sala pelo mesmo motivo que eu tive para fugir com Amai. Por nada, somente por querer ir, por querer sumir, por querer ser como o vento.

Eu tento falar alguma coisa (como "olá"), então continuo caminhando para dentro do lugar.

Percebendo que essa era a língua do mundo e o vento não falava tal língua, eu me sento em posição de lótus e fico a meditar, tentando ouvir o vento, deixando que ele percorra meu corpo, minha alma.

Assim que sinto aquela voz me chamar, mesmo sentindo a dor, sem me incomodar com ela por mais que me punisse, eu me levanto e corro com toda minha força na direção em que eu suponho ser aquela que me chama.

Olho ao redor, com certo temor e também certa incerteza. Olho para eles e busco alguém com vida. Busco algo para fazer, busco o que fazer. A bondade em meu coração, os ensinamentos, o tempo, o vento. Tudo isso acaba me trazendo ao chão, mesmo com todos aqueles corpos. Fico ajoelhado por algum tempo. Depois de algum tempo, eu passo a mão no rosto, limpando minha visa e sem querer manchando-o quase que completamente de sangue. Então me aproximo do centro do altar.

Não estava tão lúcido e sóbrio quanto de costume. Não estava bêbado, ou drogado. Estava somente perdendo um pouco da sanidade que me restava.

Tento pegar o cubo.

Não me importava mais com nada além do meu caminho. Meu nome talvez fosse esquecido por mim no caminho. Talvez até aqueles cortes fossem feitos em minha face. Talvez meu cabelo fosse tão grande como o dele. Não sabia ao certo se era eu ou alguma personificação similar à minha pessoa. Mas de qualquer forma, o nome Tao me parecia muito agradável.

Forço a mão até o cubo, mesmo que esfolasse meus dedos. Pego-o e trago até mim.


OFF

Spoiler:

Você chega a segura o cubo, e trazê-lo com você, suportando aquele vento intenso rasgando seu corpo... Mas aquele vento que sai do orifício do cubo corta ferozmente o seu braço e o resto do corpo de tal maneira que você não aguenta muito tempo e segurando e sua mão, que acaba sendo dilacerada...

E então o cubo então cai no chão ensaguentado do local e "vento" que saia do orifício para repentinamente. E você ouve uma voz diferente:

- Estes que repousam. Tentaram a mesma coisa você.

Você nota pelas roupas. O tecido. Eles eram do mesmo clã que você. A voz ecoava pelo local, mas você não via nenhum sinal da pessoa e algo. Parecia que vinha do altar.

A minha voz sai como um urro de fúria e de insanidade, em um tom de grito:

- Mas nenhum deles conseguiu o que eu consegui! Nenhum deles conseguirá!

Olho ao redor com certa estranheza do lugar. Mantenho a guarda e somente espero algum outro tipo de manifestação.

Tento não perder completamente a sanidade e então digo:

- QUERO RECONHECIMENTO! Quero ser a estrela mais forte deste céu, quero o poder para sobrejulgar todos aqueles que pisaram em mim! Quero ser parte do vento negro...

Lágrimas caem dos meus olhos quando eu vejo a folha.

"Talvez essa seja a ultima vez que eu irei chorar... então, não tenho por que segurar..."

Então me abaixo para pegar a folha e tentar interpreta-la.

Olho para aquele papel pensando no que eu poderia estar fazendo e então digo:

- Não se foi em vão... não morreram em mão!

Não sabia como, mas possuiria o vento Negro e o dominaria ao invés de ser dominado.

Quando você toma aquela decisão, imediatamente a caixa dourada que estava ao chão soprando o vento misterioso por seu orificio, brilha intenso...

E você ouve um sussurro...

"Meu poder... Está na raiz... Desta caixa... Venha alcançar... A raiz"...

E antes que tomasse a tal atitude, então você de forma inconsciente, lembra daquele momento em que seu ancestral apontava para as estrelas...

"Oh... Olhe para aquela! Ela não lhe lembra alguém..? Com essas ondulações, ela parece tão misteriosa em suas formas e curvaturas de luz... E o brilho dela é bem interessante, como se ela tivesse uma personalidade forte... Ela
lhe lembra alguém, garoto"?

Então você entende que a escolha que fará, pode lhe custar a humanidade... Todas as lembranças e pensamentos... Sobre Arashi, seus companheiros e sua vida toda... Vem imagens na sua cabeça... E então, você uma última imagem:

Lá fora da gruta, seu ancestral, Issami, olhava o céu lá fora... De forma lamentosa...

"Mais um dia aqui... Jogado ao vento"...

Aquela imagem some da sua cabeça e então o mantra fica mais forte e intenso:

"Meu poder... Está na raiz... Desta caixa... Venha alcançar... A raiz... Meu poder... Está na raiz... Desta caixa... Venha alcançar... A raiz... Meu poder... Está na raiz... Desta caixa... Venha alcançar... A raiz... Meu poder... Está na raiz... Desta caixa... Venha alcançar... A raiz"...

Sem pensar duas vezes eu me aproximo da caixa e coloco a mão lá dentro, procurando a tal Raiz que ele dizia. Penso em Arashi, nos últimos momentos em que eu lembraria dela.