Point Ville - The Game

Eram 5 da manhã quando o despertador toca. Josh estava todo dolorido do treinamento que havia feito. Mas, ele sabia que tinha uma obrigação diária com seu pai de arrumar os tatames e tablado. Afinal, o dojo era a forma de sustento da família. Porém, nos últimos meses, alguns alunos sumiram misteriosamente e as finanças não andam muito bem.

- Mano! Vamos, acorde! Papai precisa sair para fazer umas entregas! Você prometeu para ele cuidar do tatame! - ouve-se a voz feminina ecoando atrás da porta do quarto de Josh.

A luz do sol irradiando em seu rosto faz Akamine abrir os olhos e perceber que não fazia a menor ideia de onde estava e quanto menos como conseguiu chegar ali. Seus trajes estavam rasgados e ela nota que possuía alguns ferimentos como marcas de arranhão e luxações, que lhe causavam bastante incomodo pois doíam muito.

Ao seu redor só via mata. Mas para sua sorte, uma das direções parecia ser uma trilha aberta. Porém, nenhum barulho além dos cantos das cigarras era ouvido ali e um chacolhar de água de um riacho provavelmente próximo dali.

Shaiya sabia que era mais um dia de escola, uma rotina da qual estava entorpecida e a fazia de maneira mecânica, todos os dias. Talvez a graça seja um certo livro em cima de sua mesa de estudos, com a página marcada.

Ao ergue-se da cama para se aprontar e abrindo a cortina da janela, ela nota que o dia estava bem bonito, acompanhado de um calor agradável. Mas, aquilo não tinha muito significado para ela. Afinal, era sempre assim todos os dias: uma mesmice.

Até que... Algo causa estranheza. Ela nota que no portão de sua casa tinha um homem de terno, calvo, óculos escuro, olhando neste exato momento para sua janela, dali do portão de entrada da sua casa.

Não se sabe se ele estava olhando direto para ela, mas era perceptível que ele tinha um estranho sorriso.

Ao chegar no tatame, Josh nota que não terá muito trabalho, pois pela falta frequente de alunos, os tablados apenas estava empoeirados e não fora do lugar. A janela do dojo estava aberta e era possível notar que Honoka estava cumprindo a tarefa de colher hortaliças e verduras no pomar. Ele nota que ela fazia a tarefa de maneira rápida, pois iria se arrumar depois para ir a escola.

Ao chegar na cozinha, Shaiya nota apenas sua mãe estava na cozinha preparando algo. E ela lhe recepciona, olhando para ela de forma bem atenciosa:

- Bom dia, filha! D- Dormiu bem... Hoje?

Na mesa, alguns pães, uma embalagem com suco natural, torradas e geleia especial. Algo típico dentro da rotina dela, a não ser outra estranheza.

Shaiya nota que a imagem costumeira do pai lendo o jornal naquela mesa, estava ausente. Não que fosse algo estranho. Mas normalmente, ele costuma a avisar com antecedência quando vai se ausentar.

Ao se aproximar, Honoka retruca indignada ao vê-lo "livre":



- Ahhhhh, seu sortudo! Seu trabalho sempre vai ser o mais rápido ultimamente, hihi! Podia me dá uma mãozinha aqui, né... - ela faz um biquinho manhoso para ele, oferecendo um ancinho para ele.

Paralelo a essa conversa, Josh podia notar que era um dia bonito. Era contraste ao que estava acontecendo de grave na cidade.

Além disso, ele tinha outro problema: era uns valentões que estavam neste exato momento cruzando a estrada em frente a sua casa. Ele percebe que eles fitam de relance, mas com um olhar bem pervertido para sua irmã.

O líder deles, apenas olha sobre os óculos para Josh e dando uma risada junto com o pessoal, ele pede:

- Ih, moleque esquentadinho, hein... Hahahahaha... Bora, galera... Quem sabe a irmã dele dá mole ou "fique mole" pra gente depois, hahahahahaha...

Os outros riem com ele após isso e eles começam a se distanciar andando por aquela estrada, ignorando o garoto.

E chama atenção de Josh nota que dois deles que vinham atrás, levavam uma gaiola grande coberta por um pano negro.

Ao dar a paulada no garoto, este cai desequilibrado e o pessoal se vira surpreendido com o jeito sorrateiro, somada ao líder que grita:

- Mas que porra é essa! Nãooooooooooo! Não deixa isso cair!

A gaiola cai no chão e parte de baixo se abre, mesmo ainda coberta com o pano. Assustando, suando frio olhando aquilo, o líder vocifera:

- Seu merda! Olha o que você fez! Droga, vamos dar o fora daqui!

E ele corre de maneira assustada, assim como os garotos, deixando a gaiola coberta ali com a parte de baixo destampada...

Shaiya nota que o envelope fechado com seu nome em letras brilhantes, veio acompanhado de uma nota que tinha a seguinte frase: "Eu te acompanho todos os dias, esses são seus melhores momentos".

A carta tinha apenas um inscrição no remetente: "YHMW".

Após revirar na cama, com uns barulhos de batido na porta, finalmente aqueles sons vencem o sono e Sayuri só escuta a voz de seu pai, muito bravo, ecoando por trás da porta:

- Ô dondoca preguiçosa! Você sabe que horas são? Você quer chegar atrasada na escola? Por que sempre espera que as empregadas lhe acordem todo dia?

Ao se aproximar da grade para mexê-la, um animal de cor negra salta no seu rosto lhe tapando a visão antes de vê-lo e lhe derrubando com uma força incrível. Ao mesmo tempo, Josh sente algo chamuscar seu pescoço de forma ardê-lo, como se tivesse aplicando dois furos na sua pele, antes dele soltar... E quando abre os olhos vê que o tal animal "indefinido" não estava mais por perto. Não se sabia se era um lobo ou um felino, mas Josh sabia que era um animal tão estranho que juraria nunca ter visto uma espécie parecida.

Ao abrir a carta, além da mensagem no verso já lido, tinha fotos com cenas dela em vários cantos onde ela costumava a ficar, como na escola. Mas a foto que mais surpreende é uma que foi tirada de fora da sua casa, num angulo de cima da janela de seu quarto, no momento noturno de leitura, pela claridade captada.

Algumas garotas do colégio, passam por Shaiya dando uma risadinha ao vê-la ficar manuseando e analisando a carta fechada, murmurando:

- Hihihi, será que a "mudinha" está recebendo cartinha de amor?

- Não acredito, até ela, hihihihi!

Minutos depois, já chegando ao pátio da escola para entrar, ela nota que algumas alunas começa a lhe olhar de forma zombeteira e maliciosa, como se tivesse comentando alguma fofoca...

- Essa aí...? Você só pode está brincando!

- Mas será mesmo que foi "ele"? Não acredito nisso... Acho que as meninas exageraram...

Já pronta, com sua bolsa, ao descer as escadas, Sayuri nota algo estranho. Havia homens com uniforme de serviço de mudança, carregando várias coisas valiosas que estavam na sala e ao chegar a mesa de café, seu pai estava com o jornal aberto, distraído, enquanto que a mesa não parecia mais farta com antes...

O seu preciso café de manhã, com tudo que tinha de bom, foi reduzido a um parco pão, manteiga e um copo de leite ao lado. E ela ouve a voz dele por trás do jornal, bem séria:

- Preguiçosa... Ainda bem que acordou... Coma logo. Tenho algo importante pra falar antes de você ir a escola.

Josh cruza o quintal ainda aturdido e quando entra na casa, o jeito brusco chama atenção de sua mãe, que pergunta:

- Josh! Você está atrasado, garoto! Vai logo se arrumar e... - e notando o pescoço sangrando, ele vê a cara dela se enfezar antes da "tempestade" - GAROTO! O QUE FOI ISSO!? VOCÊ ESTAVA BRIGANDO DE NOVO!?

O grito chama até atenção de sua irmã, que estava com a boca cheia na mesa da cozinha e fica olhando para eles, surpresa e confusa com aquilo.

Para sua comodidade, como ainda faltava uma hora para a aula começar, não havia muitos alunos na sala e realmente murmúrios não a incomodariam...

Porém, neste instante um certo rapaz, Kenji Harima, conhecido pela sua reputação "marginal", cruzava ali pelo fundo, tentando chegar a sua cadeira que ficava próxima de Shaiya...



Shaiya não daria a menor importância para esta pessoa a não ser o fato de que simplesmente Kenji parou de repente ao lado de sua carteira, como se tivesse olhando mais para direção do envelope negro...

Vendo ele sair, a mãe brada severa:

- Bicho!? Que bicho? Josh! vai ter de explicar essa história direito depois, garoto, vá logo se arrumar, senão você e sua irmã vão chegar atrasados! - e quando seguia para o banheiro, ele ouve a voz da irmã defendendo:

- Mãe! O nii-san não estava brigando! Ele deve ter se machucado fazendo o meu serviço!

E ao chegar ao banheiro, para ver no espelho como estava, Josh nota que havia dois furos como se apenas os caninos daquela animal tivessem lhe cravado ali. A marca era bem notável e perceptível por ter sido na jugular.

Após ter entendido a bronca, Shaiya nota que ele tinha uma expressão de surpresa na face. Mas ele vira o rosto, seguindo para sua cadeira não se importando muito com a reação emburrada fofa dela...



- Hum...

Pouco depois, Shaiya tentou voltar a leitura de seu livro, para esquecer esse momento incomodo. Porém minutos depois, caí em cima de seu livro aberto uma papel dobrado, que parece ter vindo da direção onde Kenji estava sentado.