Área 34 do Quadrante 106 - Mercado Negro

Pior que já esperava algo desse gênro vindo de Kamus. Ate lhe daria um tapa, mas temia que esbofetear lhe o rosto prejudicasse os implantes oculares. Por isso lhe dei um baita beliscão. Depois abracei o braço dele e rosnei com raiva.

- Só não lhe faço algo pior pq vc já teve experiência de quase morte demais para um dia só... E não lhe bato a cara por conta dos seus olhos... Agora vem e sem gracinhas... ¬¬

Com Kamus apoiado, segui para o rumo da porta o guiando e atenta ao que acontecia lá fora. Estava preocupada com Uriel e Kola.

Preferi não fazer comentários sobre o que Kamus falou e o apoiando segui para o lado de fora. O som de uma guerrilha acontecendo eram evidentes e nem havia como voltar para a sala, pois a porta estava lacrada novamente. Tentei fazer Kamus andar mais depressa, pois pelo visto teriamos de correr para a nave.

- Acho que estão em pé de guerra aqui... Por Deus, como vou levar vc em segurança, Kamus?!

Buscava algo que pudesse usar como coberta, além de sinais de Kola e Uriel.

Fiquei extremamente feliz em ver Kola novamente. Ate poderia abraçá-lo com força, mas tinhamos de sair dali correndo. Kola pegou Kamus e fui na frente atenta ao caminho para a nave. Estava assustada, mas tinhamos de sair dali o quanto antes. Na nave cuidaria de Kamus e seus olhos ate que ele pudesse remover as vendas.

Aquele planeta parecia em guerra mesmo. Tanto que observava tudo num misto de medo e espanto. Kola estava loga atrás de mim e comentei falando séria:

- Eu gosto de tecnologia, mas não da forma que está sendo usada aqui... Vamos embora Kola... estou com medo daquela coisa grande ali...

Corri meio abaixada para a nave achando estranho o soldado "voador" atirando contra os outros. O que era aquilo eu não tinha nem idéias, mas precisavamos sair daquela confusão.

Com aquele pulso, meu braço mecânico parou e minha essência se esvaiu. Fiquei assustada e o que Kola e Kamus diziam sobre correr eram a coisa mais sensata do mundo. Corri como se minha vida dependesse disso. Apesar de que dependia mesmo. Tinha de chegar logo na nave para decolarmos e irmos embora logo ou morreriamos. Ao menos pensava assim.

Enquanto posso continuo usando minha arma para abater os inimigos que vejo, a partir do momento que começo a perceber que o número de inimigos começa a aumentar começo a usar minha essência, para queimar as principais rotas por onde eles estavam vindo, isso iria ao menos atrasa-los um pouco, também faço sinal, para o humano me descer.

-Quando os seus companheiros chegam?

- Vou ligar os motores... Entrem logo...

Gritei já correndo para a cabine e ligando as máquinas. O que eu tiha visto era grande e perigoso, e não ficaria ali ara saber que tipo de estrago faria conosco. As perguntas sobre quem era aquele que Uriel estava ficariam para depois.

-Não dá! Temos que destruir aquele OES antes que ele atire, ou não vai sobrar nada dessa nave, pra contar a história.

Falo quase gritando e então continuo:

-Não consigo usar a essência, mas você sim, destrua o chão onde aquele OES com o fuzil está, assim que ele for atirar, ele não pode acertar a nave.

Praticamente travei. A nave não pegaria tão facilmente e temia que aquele fosse nosso fim. Não tive tempo de consertar a nave e ela não iria pegar tão facilmente. Porém, o que Kola me mostra, era preocupante, pois tinhamos de sair AGORA.

Vi um carregador no ponto inferior do painel e tentei plugar o braço, msm meio desligado nele. Tentaria acelerar o processo de "ignição" da nave. Kamus parecia perdido e comentei com ele narrando o que podia.

- Estou tentando ligar a nave... Não tive tempo de consertá-la do vazamento... E tem um robo ENORME apontando um baita de um fuzil com uma concentração de energia que pode nos transformar em poeira cósmica... ... .... ....... ....... PEGA NAVE MALDITA!!!

"Merda..."

Rapidamente verifico meu armamento, sabia que eu tinha pelo menos alguma arma capaz de criar uma explosão mediana assim que acho, miro sobre a base onde estava o pé de apoio do OES e digo ao humano:

-Usa o que te restou de essência para ampliar essa explosão o máximo que conseguir...

Então atiro com a arma que tem um trnco bem forte, e me machuca um pouco....

Após uma sequência de fato que praticamente me paralizaram e fizeram eu ver toda a minha vida diante de meus olhos, comento preocupada.

- Agora não podemos MESMO decolar... Além do problema do fluxo de luxus tem esse vidro rachado... Não vai suportar a pressão do espaço e o ar da cabine irá vazar...

Desaclopei o braço, pois era inútil insistir. Com a nave naquele estado, tudo era questão de tempo para o fim. Olhei Kola como se aquele fosse mesmo um adeus, pois não tinha sequer mais idéias.

-Temos que ir embora, AGORA!

Falo já entrando na nave, sabia que não teriamos uma segunda chance ao chegar lá observo a todos e tento descobrir o que estava acontecendo. Quando ouço o que aquela femea de humano falou eu digo:

-Vamos para o mar, finja que vai sair da atmosfera e siga para o mar, o vidro deve aguentar a pressão do mar, até certo ponto.

Kola me acalmou um pouco, pois aquela situação era tensa demais. Com apenas um braço, já que o braço mecânico não funcionava, digitei rapidamente os comandos para decolagem. O painel acusava recarga de 100%. Achei a idéia dada pelo soldado interessante, mas as palavras de Uriel me foram lógicas. O mar não parecia uma opção boa, mas ainda assim tinha de tentar...

- Sentem-se e apertem os cintos... Tvz seja turbulento...

Tentei colocar a nave para decolar depressa. Quando chegasse na estratosfera (Parte da atmosfera onde os aviões de vôos de longa distância voam) rumaria para o mar. Ao menos o vidro aguentaria um pouco a pressão. Só diminuiria a altitude caso ele rachasse mesmo.

Obedeço a ordem da piloto e digo:

-Talvez não seja, mas foi o local mais seguro que consegui pensar na pressa, não conheço bem esse planeta.

Então verifico o cinto, pra ter certeza que estava bem preso.

Mesmo com um braço só, tentava operar os comandos da nave. Me sentia tensa com todos aqueles alarmes de erro e perigo e avarias da nave que por pouco não me desconcentrei. A viagem seria muito turbulenta, mas conseguiriamos chegar ao mar. Fiz o possível para manter a nave nivelada enquanto desciamos para o mar após despistar a mira dos mechas.