Área 34 do Quadrante 106 - Mercado Negro

Mesmo maravilhada com a visão que tinha, me concentrei em manter a estabilidade da nave... Temia que aquele vidro rachasse por completo e afolgassemos... teria de encontrar um lugar naquela cidade submersa para deixar a nave estacionada e concertá-la o quanto antes...

A nave continuava a descer e a se aproximar daquela cidade submersa. Porém um alerta sugiu no painel. Havia água entrando na nave. Não pelo vidro e sim pela parte atingida pelo laser potente daquele disparo do Mecha. Logo todos perceberiam pois o som já era escutado por todos.

E Uriel, como em um salto, anuncia: - Já era hora... Ao final de suas palavras, os outros descobriram o motivo delas. A essência havia voltado aos seus corpos. O Campo de IEME havia sido interrompido. Ele não durava horas, mais aqueles vinte mundos fora os mais demorados da vida deles.

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Tinha que admitir, estava aliviado por poder usar minha essência novamente, me sentia muito mais seguro podendo usar ela.

-Quem diria que haveria uma cidade submersa...

Falo mais para chamar a atenção dos outros, por um momento achei que eles esqueceram de mim(na presente situação, não os culpava por causa disso).

Comecei a sentir os movimentos do braço mecânico novamente e tratei de usá-lo para trabalhar mais no painel de comandos. A nave estava em péssimo estado e rumava mais do que depressa para a cidade submersa.

- Tem água entrando... Só espero que consigamos chegar na cidade... A nave está com avarias demais... >.<

Sem tirar as mãos do painel e digitando freneticamente comentei virando o rosto ligeiramente para vê-los...

- Uriel tem razão... Estamos com um baita problemão aqui... E se não quizermos morrer afolgados temos de ao menos conter a invasão de água na cabine...

Não sabia exatamente como faria isso usando minha essência, mas tentei expandir minha essência azulada. Achava que com ela tvz pudesse conter o avanço da água no interior da nave.

Me levanto e faço o que o humano disse, ele tinha razão, precisavamos impedir a água, e é isso que eu faria, quanto ao comentário do kinis eu simplesmente respondo:

-No momento, vocês são o mais perto que eu tenho de aliados, não faria mal a vocês.

Então saio pela nave, a procura de um vazamento que eu pudesse fechar.

O vidro não ia aguentar mais tempo e me apressei a chegar na cidade. Não tinha idéia de como ia conter a invasão da água com a minha essência e para piorar a situação fiquei sozinha na cabine. Ainda junto com isso tinha o fato de que era estranho não receber mensagens de alerta ou qlq tipo de comunicação da cidade a frente. Porém a situação era tão critica com o vidro rachando ainda mais que achei melhor arriscar. Procurei alguma espécie de hangar para deixar a nave.

Sigo em silêncio pela nave, usando minha essência para expandir meus sentidos, e tentar detectar algum vazamento, não tento falar com o humano, a verdade é que não sabia o que falar, quer dizer... O que se deve falar nesse tipo de situação, ainda sim acabo deixando a curiosidade falar mais alto:

-Você é humano, né?

Vendo que o humano não iria me rsponder decido deixalo um pouco sozinho enquanto procuro o vazamento, assim que o acho começo o processo para fecha-lo, primeiro, uso a essência normal para parar o fluxo de água, evitando que a água entrasse, assim que consigo parar o fluxo, tento fechar o máximo possivel o furo, dobrando o metal ao redor dele, quando vejo que não da para fechar o buraco apenas dobrando o metal, retiro uma placa de metal do chão, ainda usando a essência, era dificil me concentrar em duas coisas diferentes, mas tendo apenas que me concentrar nisso, sem me preocupar com outras coisas, ficava mais facil, pelo menos um pouco mais facil, quando consigo arrancar a placa no chão, a forço contra o furo, e começo a usar a essência vermelha, para chumbar a placa de metal de maneira a tapar o furo.

O mais depressa que a nave podia, me aproximei dos hangares... Estacionar com o uso daqueles tubos seria um pouco complicado, mas nada que uns códigos bem feitos não resolveria...

Sem saber direito como reagir apenas respondo de forma séria:

-Sou... Mas, eu tenho um defeito... Não sou como os outros...

então fico esperando a reação dele.

Assim que consegui estacionar a nave, me ergui corredo da cadeira e sai da cabine. Trantei de lacrar o local para que a água não saisse. Não sabia nada que pudesse fazer para evitar que o vidro estilhaçasse. A nave estava condenada. Procuraria pelos outros para sairmos dali correndo.

Vendo a água saindo por debaixo da porta corri dali. Logo a porta não aguentaria. Haviam murmurio na sala de criogência e fui ate lá. Tinha de alertar a evacuação da nave imediatamente. Assim que cheguei na porta, ebaforida da corrida comentei.

- Rápido... Tem água demais entrado... Temos de evacuar a nave imediatamente... Consegui aclopar a nave numa entrada com ar para o hangar... Não sei se vai dar pra salvar a nave... Andem!!!

- eu sou A0042. Não tenho certeza se entendo totalmente... Eu sou imcompleto, eu não quero servir a ninguém, mas eu também não tenho nenhum propósito, só o que eu quero, é descobir sobre o meu passado... Pra quem sabe assim encontrar um futuro, que hoje eu não consigo ver...

Falo encarando seu rosto mesmo que não pudesse ver seus olhos tapados pela venda. Nesse momento aparece a ruiva falando que a nave está condenada... Então sem esperar a resposta de Kamus, sigo com eles para fora da nave falando:

-E os outros vamos deixa-los aqui?

Olhei Kamus preocupada e o segurei pelo braço sem o puxar. O jeito que falava era tenso.

- Kamus... Por Deus!!! Não dá pra esperar... Tem água demais entrando... Vc vai acabar se afogando...

Depois soltei o brao dele quando notei onde exatamente ele estava por perto. Ele queria mesmo meu clone e achei melhor deixar ele tomar suas decisões. Eu tinha um marido e um filho vindo, apesar da minha promessa, não poderia ficar sempre cuidando de Kamus. Foi então que comentei com ele.

- Eu te prometi uma vez, qd estava muito mal, que não o deixaria sozinho nunca... Mas tô vendo que é exatamente isso que vc quer que eu faça... Se é isso que deseja... Que assim seja, Kamus...

Recuei alguns passos dele e decidi deixá-lo tomar a decisão que melhor achasse. Kamus sabia o que fazia.

Não entendia, sinceramente, mesmo me esforçando não conseguia compreender o que estava acontecendo, quer dizer, racionalmente falando, não tinha lógica, quer dizer, porque era dificil pra ele abandonar um clone, é só um clone, poderia fazer outros depois, eu sei bem disso... Mas bem se ele não queria abandonar o clone, realmente devia ser uma decisão dele, seja lá qual for o motivo pra ele ter que tomar essa decisão, então me lembro sobre ele falando de estar apaixonado por ela, mas ela não poder ficar com ele... Não entendia como funcionava isso, mas bem ele de certa forma me ajudou, poderia ajuda-lo um pouco também...

-Vou segurar o vazamento por um tempo, faça o que tem que fazer rapidamente, para sairmos logo daqui.

Então sigo em direção aonde estava o vazamento e começo a usar minha essência, para impedir a entrada de mais água, me concentro totalmente nisso, para poder dar ao menos alguns minutos para ele.

Segui para o rumo da saída com um peso enorme nas costas. Deixar Kamus para trás foi bem mais difícil do que pensei. Após tudo o que Kola e Uriel disseram comentei:

- Ele sabe se cuidar... Não posso pensar sempre no bem-estar dele... Tenho uma vida mais importante e frágil para cuidar... - disse estas palavras caminhando depressa para a saída e pousando a mão no ventre. Meu filho era a coisa mais importante para mim.

-Existe mais de uma maneira de matar um inocente...

Acho que era assim o ditado... Não tenho certeza se era isso mesmo, afinal ouvi esse ditado apenas uma vez vagamente vindo dos meus criadores... Vendo que a pressão era demais, e que usar minha essência diretamente não iria adiantar, começo a retirar placas de matsl avulso da lataria interna da nave, usando minha essência, pego essas placas e formo barras amassadas, e as coloco de modo a fortalecer a estrutura da porta, novamente uso a essência vermelha para chumbar elas as barras de sustentação da nave, para dar mas apoio, assim que termino esse serviço, me sinto cansado, por isso mesmo saio da nave rapidamente apenas dizendo:

-Boa sorte Kamus.

Apesar de não acreditar que ele fosse sair vivo dali.