Complexo UH - Dormitórios

Notando que tudo havia se iniciado eu caminho até a porta e digo em tom alto de voz, para que todos me ouçam:

- Bom dia. Meu nome é Samiel Sakabari, sou um capitão qualificado escolhido pela cúpula do UH para iniciar uma missão de resgate e fuga. Vocês foram escolhidos para me acompanhar, mas estão sujeitos à sua própria vontade, podendo vir ou não por livre vontade. Interessados favor aguardar mais instruções... os outros, podem ir.

Cruzo os braços por trás do corpo, na altura da cintura e relaxo o corpo abrindo o ângulo das pernas.

Sentia o suor pingando quando o calor aumenta... Aquele sistema de climatização era uma porcaria... Recolhi minhas ferramentas e já ia mecher nele qd a TV anuncia alguma coisa e as portas se destravam... Não entendi PN e nem sabia quem diabos era o tal capitão... Olhei o cara que parecia ser o tal militar com uma expressão de dúvida...

Ele se apresenta e conta de uma missão... Nunca pensei que seria escolhida para ir a campo, mas pelos que ali se encontravam tinha noção de que precisariam mesmo de minhas habilidades... Se para aceitar tudo o que deveria fazer era ficar, juntei minhas coisas, prendi o cinto de ferramentas na cintura e esperei de braços cruzados...

Dou de ombros guardando o livro e marcando a pagina. Indo em direção a uma caixa longa que tinha entre as outras, abro-a e de dentro tiro uma Katana que coloco na cintura e depois um kit médico, que parecia um cinto com muitos bolsa nele e por ultimo um coldre que prendo na coxa direita.

- Militares sempre com essa polpa toda....

Volto a me sentar esperando a resolução dos demais.

Vendo que eles estavam dispostos a ouvir eu começo a falar:

- Vou explicar o que está acontecendo. Recentemente o cúpula da UH percebeu que um tipo de AI está monitorando e controlando algumas partes do Complexo. Nesse instante o Processo 87 entrou em vigor e toda uma parte secreta do complexo foi lacrada de qualquer máquina ligada à central de dados do sistema. Esse quarto é uma parte desta fase. Por isso vocês estão aqui dentro.

Caminho lentamente até entre eles e continuo falando sobre a Missão:

- Porque fomos escolhidos? Vocês devem estar se perguntando... É uma questão de lógica. A missão consiste em recuperar material orgânico vital para nossas pesquisas e fugir para uma base lunar da UH. Nesta equipe foram reunidos membros comuns de nossas instalações, para que não fosse chamada a atenção desta AI e assim que não sejamos surpreendidos em um momento em que estivermos desprevenidos. Aqui há um doutor, um mecânico, um soldado e um oficial. Ao meu ver, algo aconteceu com o ultimo membro desta equipe, que era um estrategista, que não foi redirecionado ao aposento. Mas isso não importa, a missão é importante e devemos começar agora.

- Eu sou engenheira não mecânico... ¬¬ corrigi o "general" um tanto emburrada com a forma como ele me chamou...

Mecânicos mechem com maquinário simples... Uma engenheira como eu mechia com praticamente tudo... Verifiquei no cinto as ferramentas que levava e torcia para que o que tinha fosse o suficiente... Se não fosse, eu faria fazer ser suficiente... Depois que vi que estava mais do que pronta perguntei...

- Muito bem... E onde exatamente está esse material?! Vcs sabem por acaso pelo o que vamos ter de passar??? Uma AI não é tão simples de driblar... Tem mtas variáveis...

Depois de observar em silêncio e com atenção toda aquela movimentação, Minoru dá um impulso com os ombros contra a parede em que estava apoiado, guarda a moeda que estava brincando e descruza os braços. Depois de ouvir atentamente o que o oficial mencionou, decidiu retrucar:

-Você está nos dizendo que a esperança da humanidade, um local onde, na teoria, deveria ser o local mais seguro da Terra, está sendo
invadida, atacada ou seja lá o verbo que prefira usar, por umas inteligências artificiais idiotas de quinta categoria ?

Minoru pela primeira vez desde que acordou, esboça um semblante irado, diferente do sem expressão que possuia anteriormente.

-Pois bem... essa missão... ela consiste em acabar com alguns Necifras estupidos ? Se sim, podem contar comigo.

Minoru novamente se cala e espera a reação das pessoas ali presentes.

Olhando para a mulher, eu mantenho o mesmo olhar e digo:

- Não vamos burlar nada. Vamos agir naturalmente, porém iremos nos tornar criminosos em toda a UH.- olho para o jovem irado com a moeda e respondo - Não iremos de encontro com Necrífas, mas caso aconteça, teremos de enfrentá-las ou continuar a fugir.

Volto o olhar para todos e continuo;

- Em sumo, vamos ter que entrar no Laboratório Alpha e pegar o alvo, fugindo em seguida.

Olho novamente para a mulher e respondo:

- Não sei do que se trata do alvo. O material é orgânico e estará nomeado como Kamael 03.

Mantendo os olhos para o oficial e depois de mais uma vez, escuta-lo, Minoru o interpõe:

-Tsc...Deixa eu ver se entendi... Minoru começa a deslocar seu corpo lentamente para a direção do Oficial e para de andar em certo ponto, ainda mantendo uma distância razoável. -Nós fomos remanejados sem mais nem menos para cá. Ficamos horas aguardando com o pre-texto de quarentena... A mulher ali do lado ficou falando feito uma matraca... Minoru momentâneamente desvia o olhar para ela e em seguida volta a encarar o oficial -E agora quer que nós façamos essa tal missão rescue com o objetivo de resgatar algo do laboratório alfa e tornar-mos inimigos da UH ? Minoru fecha os olhos e esboça um sorriso irônico. -Putz... tsc... Isso não faz o menor sentido. Poderia ao menos nos fornecer detalhes precisos e uma razão para o porque de fazermos isso ? Afinal, seriamos inimigos tanto dos Humanos quanto dos Necifras, pelo que eu entendi...

O semblante de minoru volta a ser sério. Ele aguarda a resposta do oficial.

Olhando sério para o garoto eu digo:

- Não tenho informações precisas. Sou um Capitão, mais ainda sim sou inferior a Cúpula. Somente o que sei é isso. E se quer uma palavra de consolo: vamos ser condecorados e restituídos quando chegarmos a Base Lunar.

Volto minha atenção à todos novamente.

-Não busco méritos. Tudo que quero é livrar o planeta que um dia fora a Terra, das garras das Necífras. Quero vingar minha irmã...Mas eu irei colaborar com vocês nessa missão. Não há nada que eu possa fazer sobre isso.

Minoru depois de se dirigir ao capitão, volta a encostar na parede. Ele volta a sua atenção a todos ali presentes e espera o próximo passo.

Aguardo todos os presentes para saber se havia mais alguma pergunta.

- Vão me matar por isso mas ... se ficarmos aqui provavelmente também seremos acusados mesmo se não fizermos nada. Então só podemos querer terminar com sucesso essa missão.

Olho para meus livros que vão ficar por ai e meus trabalhos sobre nanomaquinas. Sinto um aperto quando volto a olhar para o "capitão".

- Então vamos partir... só espero que esse material gênetico não seja um Necífra...

" Será que é realmente isso... e os boatos são mesmo verdade... "

-Odeio admitir, mas parece que o cidadão ali tem razão. Que horas agiremos ? Já que vamos fazer isso, teremos que no mínimo, agir com cautela. É prudente agir agora ? Minoru indaga ao Capitão.

Volto-me para os dois e respondo:

- O quanto antes... Atrás desta porta foram deixados equipamentos para vocês e para mim. Ao sairmos por aquela porta, nossa mente não poderá obter dúvidas, pois as dúvidas são carregadas de sentimentos e estes são atrativos para a morte.

-Então vamos... Minoru checa suas 2 pistolas guardadas em seu cinto adaptado e seu florete guardado na bainha de uma espada adaptada localizado em suas costas.

"Tem algo errado acontecendo. Esse papo de AI e Laboratórios Alpha não colou muito para mim. Por algum motivo não consigo confiar tanto nas palavras desse suposto oficial. Seguirei suas ordens, mas tomarei o máximo cuidado." Minoru pensa consigo mesmo.

-Estou pronto... Minoru olha em volta esperando os companheiros de missão se manifestarem.

" Matraca?! ¬¬ Porco Yankee, fica calado e acha que o silêncio ajuda... Pelo menos eu tava fazendo algo de útil enquanto falava... Babaca..." pensei revoltada qd o suposto caladão resolveu falar besteira...

Qd o tal oficial falou sobre equipamentos fui verificar atrás da tal porta que ele falou qual equipamento haviam deixado... Vai que tinha algo de útil ali para ser levado...

Percebendo que aquela mulher se aproxima da porta, eu estendo o braço na frente dela, tomando cuidado para não tocar seu corpo, e digo:

- Após a abertura desta porta tudo irá mudar. Não a abra sem ao menos pensar duas vezes em sua decisão. Isso serve para todos... Acredito que seria melhor entrar em um consenso sobre quem vai ou não seguir comigo.

Logo em seguida eu aguardo reações.

-Tsc... Minoru desencosta novamente da parede em que estava apoiado e torna a caminhar, lentamente, até a tal porta. Depois de por uma das mãos sobre ela, vira o pescoço e encara o suposto oficial por um tempo. Logo depois volta a olhar para a porta. Com uma de suas mãos apoiada nela, puxa a mesma e a abre. -Vamos logo com isso. Acho que se nós não tivessemos topado, não estariamos aqui ainda, certo ?

Antes que aquele garoto teimoso abra a porta eu me aproximo e o pego pelo ombro. Se for fazer força, eu seguro-o com toda a minha força.

- Não seja impulsivo Soldado. Ou morrerá em breve.

- Capitão, parece que não entendeu foi o senhor... apartir do momento que fomos colocados nesse quarto, não há escolha se ficar seremos tratados com traidores e se formos pelo menos estaremos seguros na base lunar se tudo der certo.

Dou um sorriso irônico e me levanto indo até a porta.

- Ainda não conheçe como os militares trabalham e por isso que ainda é um capitão... Vamos logo com isso.

Dou um conferida na meu 38 e se tenho cartuchos extras. Não tinha apreço por armas de fogo mas ele podia ser importante depois.

" não queria usar mais essas coisa mas é preciso. "

Dou suspiro e guardo ela no coldre e paro ao lado da engenheira esperando o capitão sair da frente.

Depois de ser impedido pelo capitão de abrir a porta, Minoru volta a encara-lo.

-Tsc...Não preciso da sua preocupação para comigo.

Minoru faz um movimento com o braço afim de retirar a mão do capitão de seu ombro.

-Tanto faz como iremos seguir... Mas já que insiste em fazer desse jeito..


"Cambada de idiotas estupidos..."

Minoru se desloca a uma parede próxima a porta e senta no chão esperando os outros manifestarem-se.

Olho para Citan e então digo:

- Quem não entendeu foram vocês... eu, como Capitão, estou dando a opção de vocês rejeitarem a missão. Eu só sei que eu tenho que seguí-la até o fim e não vou poder tolerar desistências no meio do caminho.

Ainda sentado Minoru dá uma rizada curta e irônica e continua a interpor a conversa:

-Ha ha ha... Você está brincando com a gente ? Você melhor do que nós sabe que não existe "Opção". Ou é aderirmos a essa missão louca ou a morte. Não creio que você deixaria 3 membros da UH vivos depois de contar seus planos a eles. Poderiam ser uma ameaça futuramente, ou estou errado ?

Minoru se levanta devagar, mas ainda permanece encostado na parede.

-Mas isso não me importa. Vamos acabar logo com isso. Acho que todos nós já topamos. Agora se nos permitir...

Minoru se dirige novamente até a porta e antes de encostar nela, vira a face e encara novamente o capitão, esperando sua reação.

Não bloqueando mais a passagem deles, eu somente saio de frente da porta e deixo que descubram com o que estão mexendo.

Fiquei observando o Yankee irritadinho abrir a porta depois que o capitão permitiu ver com o que trabalhariamos... Estava curiosa com o que nos foi disposto...